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Arno Kunzler

Desaceleração

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De alguns setores vêm sinais de desaceleração da economia. Por enquanto, apenas sinais.

O que precisa acontecer para a economia retomar seu ritmo é a queda dos preços.

Os preços subiram e não tendem a cair, exceto diante de uma recessão.

E quem pode interferir para que os preços caiam mais rapidamente é a taxa de juros e as linhas de crédito.

Com juros baixos e linhas de créditos facilitadas, as pessoas tendem a comprar mais, inclusive mais do que precisam.

E isso gera especulação e aumento de preços.

Agora que praticamente tudo subiu parece que o ritmo dos negócios desacelera.

Mas, para os preços cederem, é preciso forçar a liquidação dos estoques e isso ainda não está acontecendo. Pelo menos não em setores fundamentais.

É um sinal claro que o segundo semestre não terá aceleração do consumo e nem de preços, como aconteceu durante o primeiro semestre.

Ainda bem, alguma coisa está indicando que o dragão da hiperinflação está se afastando.

Mas não antes de ter feito estragos no poder de compra das pessoas, especialmente dos assalariados.

Especialmente deles, porque não há nenhuma possibilidade da grande maioria das empresas repassar aumentos salariais além da inflação oficial.

E sem reposição, o poder de compra das pessoas está e continuará defasado.

Isso tem consequências, e consequências perigosas.

Sem queda generalizada dos preços vamos viver momentos de tensão entre empregadores e empregados, seja do setor público, seja do setor privado.

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

 

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