Arno Kunzler
Desafiando a realidade
Dois mil e vinte, por muitas questões já citadas e debatidas nesta coluna e em muitos outros meios de comunicação, será indiscutivelmente um ano de grandes avanços.
Mas olhando para o nosso passado e tentando imaginar o que pensam a maioria das pessoas que moram em Marechal Cândido Rondon e também na região, é perceptível que ainda precisamos desafiar a realidade para construir nosso sonho maior.
Talvez seja desnecessário dizer, mas somos uma comunidade que tem grande apreço ao trabalho e ao progresso.
Somos intimamente dominados pela vontade de crescer, de nos desenvolver.
Assim, me arrisco a dizer que queremos governos que apliquem bem o dinheiro dos nossos impostos.
Isso é um desejo comum. Podemos discordar sobre o que é prioridade ou não, mas ninguém concorda com trapaças na gestão pública.
Todos nós queremos que nossos representantes (deputados estaduais, federais e senadores eleitos por nós) dignifiquem seus cargos, não só trazendo para o município e o Estado o que puderem canalizar dentro das regras legais, mas que tenham postura digna diante dos representados e do Parlamento.
Também queremos que nossas entidades, como a Associação Comercial e Empresarial (Acimacar), lutem pelos interesses da classe empresarial e pelo desenvolvimento do município.
É inegável também o desejo que os associados da Copagril têm em ver sua cooperativa cada dia mais forte, mais sólida e com crescimento que impulsione também os negócios de quem dela participa.
O mesmo se pode dizer das cooperativas como Cercar, Sicredi, Sicoob e Cresol.
Os associados destas desejam seu crescimento, desejam ver no final de cada exercício seu resultado financeiro positivo.
Não há dúvida que a grande maioria das pessoas também deseja ver as empresas do município crescendo, ocupando espaços regionais e tendo sucesso com suas iniciativas empreendedoras.
Bom, se é fato que coletivamente desejamos sucesso uns aos outros, desejamos ver nossa região crescer pela iniciativa dos empreendedores e ver nossos líderes políticos trazer benefícios como infraestrutura e serviços de boa qualidade, só falta agirmos coletivamente para tal.
É verdade que muitas pessoas estão empenhadas para enaltecer os feitos, mas também é verdade e não me surpreenderia se fosse a maioria que costuma ver mais coisas negativas do que pontos positivos em tudo e em todos.
Ou por ciúme, concorrência ou inveja costumamos falar mal de quem vai bem.
E aqui não se pretende dizer que as pessoas têm que falar bem das coisas erradas, mas evitar de falar mal daquilo que nem conhecem e provavelmente não saberiam fazer melhor se estivessem no lugar de quem estão criticando.
Esse é o fato.
A união em torno de grandes e bons objetivos não exclui o direito de discordar e criticar, mas fazê-lo construtivamente.
Fazê-lo de modo que as pessoas percebam que existem outras alternativas e também que existem pessoas observando o que vem sendo feito.
E talvez estejamos diante de um momento ímpar da nossa história, em que união e trabalho conjunto podem ser importantíssimos para que o município e a região possam dar um salto de crescimento.
Se tivermos a percepção de lutar juntos e não individualmente, de somar e não dividir, de aceitar que temos obrigação de apoiar quem luta pelo nosso bem-estar, podemos mudar de patamar.
Temos que vencer esse tempo em que trazer um benefício para um município era obra individual de alguém.
Aprender a compartilhar conquistas ainda que seja com adversários políticos.
Talvez seja apenas um gesto de humildade, talvez de compreensão, talvez seja respeito, mas ninguém pode querer e nós não devemos mais deixar que alguém tente ser o único representante e porta-voz dos nossos interesses.
E isso só depende de nós, então se queremos construir uma sociedade diferente, vamos à luta.
Jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza
arno@opresente.com.br