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Silvana Nardello Nasihgil

Dissolva nós e ative a inteligência emocional

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Neste momento tão particular que estamos vivendo, nada melhor do que aproveitar para refletir a vida, olhar o nosso entorno e buscar compreender o que viemos fazendo com as nossas relações.

Muitos acordaram felizes, abriram as janelas da casa e do coração para receber luz e amor, disponibilizando-se a amar de um jeito leve. Outros acordaram pesarosos, cheios de dúvidas e angústias, sentindo o coração inquieto e sem esperanças.

É hora de pensarmos a realidade da vida e buscarmos compreender: por acaso nosso comportamento diante da vida e dos outros não está sendo o responsável por esses pesos que estamos carregando? Quanto de tudo o que se estamos sentindo se deve às nossas atitudes? Quanto disso que nos pesa só cabe a nós descarregarmos?

Na ânsia de acharmos culpados pelos nossos sentimentos negativos esquecemos que é possível dissolver os nós que vão surgindo e buscarmos a vida de paz e harmonia que povoa o nosso ideal de relação.

O que temos feito? O que temos dado de nós na busca dessa paz tão desejada?

Então, vamos seguindo. Permitimos que mal-entendidos, que palavras mal ditas, pensamentos de “e se” tomem posse de nós e nos conduzam para as profundezas do nosso existir.

Com autopiedade a vida passa a ser responsabilidade do outro, a felicidade está no outro e passamos a acreditar que está no outro todas as atitudes negativas para desintegrar a relação, porque é ele (o outro) que deve nos salvar. E o outro, sem compreender nada, muitas vezes, está focado nos mesmos anseios, esperando também que venham do outro as atitudes positivas que crê possíveis de mudanças. A falta de diálogo faz o que não está bom virar uma tragédia, vai somando sentimentos ruins, vai afastando e diluindo o amor. Esse tipo de atitudes imaturas, em que, ao invés de perguntar, ao invés de conversar, fica-se emburrado, só tem um desfecho: vão desconstruindo a vida, gerando corações que sofrem, vidas que travam, pares que se amam e não se entendem, famílias em sofrimento, sonhos sendo desfeitos e, o pior, um futuro embaçado e totalmente incerto.

É preciso ativar a inteligência emocional, deixar o orgulho de lado e buscar acertos, buscar conversar sobre tudo, abrir o coração e falar sobre aquilo que incomoda, aquilo que está desalinhado, ouvir também, buscar compreender a visão e os sentimentos do outro em relação a si, e na palavra elevar o amor e compreender as suas exigências…

Sim, as exigências do amor são pessoas que se entendem, que se aceitam, que conversam, que buscam ter paz, que fazem projetos de vida juntos, que andam lado a lado, que dissolvem mal-entendidos, que têm compreensão das diferenças, que se respeitam e que acreditam que só juntos, em parceria, poderão seguir para o futuro, mantendo e potencializando o amor que habita em seus corações.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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