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Arno Kunzler

E o Teatro?

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Há uma década a Prefeitura de Marechal Cândido Rondon deu início a um projeto auspicioso de construção de um Teatro Municipal, sob o comando do prefeito Moacir Froehlich e com apoio do então deputado federal Dilceu Sperafico.

Um monumento com fachada em estilo enxaimel que deveria ser um dos mais importantes cartões postais da cidade, não só pela fachada, mas pelo que nele poderia ser feito, como palestras, formaturas, shows, aulas de música e de teatro, etc…

Em meio a polêmicas sobre a sua localização, já que o local era um aterro antes e com poucas possibilidades de um espaço adequado para estacionamento, o prefeito Moacir Froehlich ignorou as contestações da época e mandou construir o Teatro.

Com um orçamento elevado, capaz de consumir todos os recursos do município para investimentos durante um bom tempo, o Teatro deveria ser construído com verbas federais, as tais emendas parlamentares conquistadas pelos deputados.

Foi bem durante um tempo, a obra saiu do chão e foi erguida.

Mas em determinado momento surgiram rachaduras que perigosamente poderiam comprometer a obra e causar imenso dissabor.

Um estudo, também feito na época, e contestado principalmente pelos opositores ao prefeito de então, dizia que as rachaduras eram provenientes provavelmente do tornado que assolou o município durante a sua construção.

Mesmo assim e com as observações técnicas e os reparos feitos, a obra continuou e foi “pré-inaugurada” pelo prefeito Moacir Froehlich poucos dias antes dele entregar o mandato.

Na época uma rede de televisão estadual chegou a produzir uma reportagem fazendo chacota sobre esse tipo de inauguração feita às vésperas dos prefeitos entregar seus mandatos, citando o Teatro de Marechal Cândido Rondon, entre outras, como uma das obras inacabadas e impossibilitadas de funcionar, mas inauguradas com pompa e discurso.

Já passaram-se dois anos e meio do atual governo e a obra não está na lista de inaugurações próximas.

Possivelmente, se for entregue neste governo, será próximo ao final do atual mandato, ou talvez nem seja.

O imenso Teatro iniciado há dez anos deixou de ser prioridade para se tornar um símbolo, até porque a obra imponente e vistosa vai gerar custos elevadíssimos para o município depois de inaugurada.

Costuma-se dizer que construir uma obra dá votos, colocá-la em funcionamento tira votos.

Enquanto isso, a população fica dividida. Uns gostariam de ver a obra pronta e em funcionamento, enquanto outros temem que sua imensa estrutura ficará ociosa, onerando os cofres públicos, com pouquíssimo retorno pelo elevado investimento feito.

O atual prefeito, Marcio Rauber, priorizou outras áreas. Por exemplo, aumentou os investimentos em saúde, educação e asfaltamento de estradas e ruas urbanas.

E nesse aspecto recebe imensas demandas ainda não atendidas e que se tornaram prioridades deste governo, como, por exemplo, a reforma do Contorno Sul, que, em desuso, há décadas incomoda o centro da cidade por causa dos caminhões de carga.

Assim, a conclusão final e entrada em funcionamento desse imponente, caro e polêmico Teatro pode até se estender ao próximo mandato.

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza

arno@opresente.com.br

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