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Editorial

Em péssima companhia

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Os índices de criminalidade têm aumentado nos últimos meses em Marechal Cândido Rondon. A onda de roubos a residências, sempre com bandidos dispostos a aterrorizar e matar, empregando coação à mão armada, tem provocado medo nas famílias e nas autoridades. A administração pública e os vereadores se reuniram recentemente com o Comando da Polícia Militar do município, mas o problema parece longe de ser solucionado. Enquanto isso, novas vítimas acumulam seus boletins de ocorrência, suas histórias de medo e traumas que os seguem por muito tempo.

Um problema que se acentua com a falta de policiais. O Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) com sede no município, ao passar da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para o 5º Comando da PM em Cascavel, perdeu efetivo na cidade. Por outro lado, a tão sonhada Companhia Independente, que ampliaria a estrutura da PM na cidade, não sai do papel. Desguarnecido, o município favorece o aumento da criminalidade. A conta é simples: menos policiais, mais bandidos.

Cabe ressaltar o empenho das forças policiais. Mesmo com pouco efetivo, a PM faz rondas e prisões seguidamente. A Polícia Civil, por sua vez, faz as investigações quando a tarefa de babá de presidiário lhe permite. E tem cerca de arame farpado, muros altos, alarme, monitoramento por câmera, vizinho vigilante, cão de guarda, mas nada que intimide ou desencoraje esses criminosos.

Muito por que eles sabem que provavelmente, se presos, serão soltos em muito pouco tempo. Não é incomum as páginas policiais noticiarem que um suspeito detido tinha, cinco, dez, 15 passagens pela polícia. Isso tudo ainda muito novo, as vezes antes de completar a maioridade. Sabem ainda que estão sendo protegidos por uma lei que trata um homicida como alguém que não teve oportunidades na vida e não como alguém que não pode viver em sociedade. Na internet não faltam vídeos de bandidos caçoando de policiais e da lei brasileira. Alguns são emblemáticos.

A própria polícia se queixa do sistema. Na tal da audiência de custódia, a vítima é o policial. Além de ver solta a maioria dos bandidos que ele prende em um, dois ou três dias, o PM que fez a prisão pode ser processado até mesmo se não tratou o marginal com boa educação durante a ação de prisão. Aliás, se precisar de um advogado nesses casos, tem que tirar do próprio bolso. Que lástima!

Os que ficam presos passam o dia, muitas vezes, consumindo drogas em ambientes sujos, encarcerados em uma delegacia improvisada, ordenando novos crimes com celulares que jamais deveriam estar lá. Aliás, presos até a próxima fuga, sempre iminente, constante.

Com tanta coisa errada na esfera da segurança pública, o resultado não poderia ser outro a não ser essa onda de crimes que machuca a população rondonense. É preciso agir para proteger os bons e punir os maus. Enquanto não for criada a Companhia Independente da PM, enquanto a Justiça continuar a soltar bandidos no mesmo dia que são presos, enquanto não se encontra nenhuma solução, a sociedade de Marechal Cândido Rondon vai continuar com medo, passando por maus bocados e em péssima companhia.

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