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Arno Kunzler

Emprego x trabalho

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Vivemos números contrastantes quando se expõe a questão do desemprego no Brasil e quando olhamos a disponibilidade de vagas de trabalho existentes nas instituições do próprio governo, especialmente em Marechal Cândido Rondon.

Olhando para os números temos a impressão que emprego e trabalho são coisas diferentes.

De fato são. Têm significados diferentes pelo dicionário da língua portuguesa, mas pela situação exposta também expressam o que as pessoas procuram.

Enquanto umas procuram trabalho e não se importam se for braçal e em horários pouco atraentes, outras procuram emprego e são mais seletivas, muito mais exigentes.

Talvez seja essa mesmo a questão.

Para aqueles que têm vagas e querem empregar pessoas, a oferta é de trabalho.

Mas, é possível que muitos que constam nas listas de desemprego não estejam em busca de trabalho.

Tirando, é claro, aqueles que por falta de qualificação para o que lhes é ofertado não são classificados e os que preferem ficar amparados nos programas sociais do governo.

Aparentemente, todos os desempregados estão em busca de trabalho.

Mas como se explica que somente na microrregião de Marechal Cândido Rondon existem pelo menos mil vagas de trabalho imediato disponíveis e reiteradas vezes anunciadas?

Ao mesmo tempo, estamos vendo o número de desemprego crescente em todo o Brasil.

E não estamos falando de especialistas, gente técnica que necessita de cursos para trabalhar.

Estamos falando de gente para trabalhar em obras, em indústrias e no comércio.

Gente que não precisa nem de experiência e que está em escassez em quase todas essas áreas.

Uma das poucas explicações para esse quadro contrastante é que o salário ofertado não compensa.

Dessa forma, as pessoas preferem ficar em casa, cuidando dos afazeres domésticos, a se deslocar e trabalhar com carteira assinada.

Até porque ficando em casa manterão seus ganhos com os programas emergenciais e assistenciais dos governos, o que, em alguns casos, pode ser compensador.

Outro aspecto é o trabalho em horários e dias que a pessoa considera impróprios.

Por exemplo, encontrar quem aceite trabalhar sábados à tarde, domingos pela manhã ou à noite está sendo um problema recorrente para quem emprega.

Muitos desempregados simplesmente recusam propostas que exigem abrir mão de convívio familiar, social, religioso, esportivo ou de lazer.

Muitas empresas hoje têm seu crescimento limitado pela oferta de mão de obra, em alguns casos simplesmente indisponível.

Mas como equacionar isso?

Alguém sabe?

Alguém tem a fórmula?

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

 

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