Fale com a gente

Editorial

Engajamento coletivo

Publicado

em

Enfim, depois de muito tempo, há um campo onde as pessoas estão caminhando para a mesma direção. Bolsonaristas, petistas, centristas e por aí vai seguem unidos na luta pela não criação de uma praça de pedágio entre Toledo e Cascavel e outra entre Mercedes e Guaíra.

Grupos criados, via WhatsApp, em prol dessa causa têm mostrado engajamento. Alguns organizando manifestações presenciais, outros recolhendo assinaturas em abaixo-assinado virtual. Há gente de todas as ideologias, crenças, escolaridades, etc, mas todos têm algo em comum: não querem pedágios na região Oeste do Paraná.

É notório que grande parte da população se uniu em prol de uma causa comum, coisa raríssima de se ver nos dias atuais diante das acirradas discussões políticas que geralmente tentam dividir e/ou classificar as pessoas como pertencentes a grupo A ou B.

Aliás, a unidade que tanto nos falta é mais comum de ser observada em momentos de dificuldade, como nas catástrofes naturais, ou quando se trata de evento beneficente.

Essa leveza nas relações tem muito a ver com a motivação. Se vai custar caro para mim, se vou ter que pagar, se as coisas vão ficar mais caras, é natural que eu me envolva mais. Como vai doer no bolso de todos, então torna-se algo mais coletivo, pois todos, basicamente, têm o mesmo interesse.

Essa onda de gente indignada, que não quer mais pagar para cada meia dúzia de quilômetros rodados, está fazendo a diferença, pressionando as autoridades públicas para que façam algo em favor de todos. Mas não dá para esmorecer. É preciso pressionar mais, mostrar a indignação nas redes sociais, estimular o vizinho a fazer o mesmo.

Omitir-se ou esmorecer agora, como dizem inclusive algumas lideranças políticas da região, significa ficar 30 anos pagando pedágio, a um valor considerado alto, para cruzar entre as duas principais cidades do Oeste encravadas pelas bandas de cá.

Vale para a população em geral, vale também para os políticos, que precisam se sensibilizar mais com a causa. O valor pré-definido é alto e vai continuar sendo alto com o passar do tempo, e não só aqui, mas em todas praças do Paraná.

Não é justo com o povo paranaense.

Se ainda fosse uma taxa de manutenção, em algumas dessas praças novas, seria mais fácil de engolir, mas pedágio caro é seguir sacrificando uma população que já está há mais de 25 anos pagando os olhos da cara pelos pedágios.

Não importa se você viaja ou não viaja, de uma forma geral todos pagam as consequências dos altos valores, que acabam diluídos pelo sistema produtivo e repassados aos consumidores sem que muitos se deem conta.

Quem puder, participe desse debate e estimule os outros a fazer o mesmo.

Pode ser que não dê em nada, que as praças realmente sejam instaladas e que o pedágio se torne uma realidade na região, mas ao menos todos irão lembrar que houve engajamento. Que a população deu as caras e se posicionou. O que não se pode é deixar que as pessoas decidam por nós, sem barulho, no silêncio, e ainda, no final, pagarmos a conta.

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente