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Editorial

Epidemia na pandemia

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Se o cenário já não estava ruim o suficiente, tratou de ficar pior. Além da pandemia de coronavírus que afeta radicalmente a região, o Oeste do Paraná está tendo que se preocupar com outro problema: municípios decretando epidemia de dengue.  E não é força de expressão.

Mercedes, por exemplo, é a 8ª cidade do Estado com a situação mais crítica. A incidência de casos levando em conta o número populacional é elevada e, por conta disso, a epidemia já foi decretada na última terça-feira (16). Em Santa Helena, as autoridades devem partir para o mesmo caminho.

Alguns fatores preocupam muito. Primeiramente, óbvio, é a morte de pessoas por causa da dengue. Em segundo lugar, os hospitais estão lotados por causa da Covid-19. Medicamentos, leitos e profissionais de saúde são finitos. Se por ventura alguém que contrair a dengue precisar de atendimento médico, certamente terá que disputá-lo com as pessoas que contraíram o coronavírus e também precisam do socorro.

Em terceiro lugar, e não menos importante, os sintomas da Covid-19 e da dengue são muito semelhantes. A triagem dos pacientes tende a ser mais lenta, o que pode ser fatal no caso da Covid. Ainda, podem haver erros no diagnóstico, amplificados pelo cansaço e estresse que vivem as equipes de saúde em todas as cidades da região.

Portanto, nobres leitores e leitoras, a hora de combater o mosquito, o famoso Aedes aegypti, é agora.

Teoricamente, é um inimigo bem mais fácil de ser derrotado. A época de chuvas e calor é propícia para sua proliferação. Cabe a cada um cuidar de suas casas e cabe aos poderes municipais cuidar dos terrenos e equipamentos públicos. Aliás, muitos terrenos particulares, dentro de loteamentos na cidade, estão abandonados, sem nenhuma manutenção. E a prefeitura precisa reforçar a fiscalização, punição e fazer a limpeza desses locais.

Assim como na pandemia, na epidemia a irresponsabilidade de alguns pode custar a vida de outros. Não deixe água acumulada em nenhum local, lave bem os potes de água dos animais, observe se o pratinho com flores tem areia – se possível nem tenha o pratinho. A dengue é séria e mata.

E o que falar do coronavírus mais do que já foi falado. A situação é caótica. A Fiocruz disse esta semana que o Brasil vive a pior crise sanitária e hospitalar de sua história. Não há leitos, tampouco vagas em unidades de terapia intensiva. Os jovens estão adoecendo mais, e precisando mais tempo para se recuperar.

A vacinação segue em ritmo lento. O Brasil não está nem entre os 50 que mais vacinaram no mundo proporcionalmente em relação a suas populações. O país queimou na largada e não será possível recuperar o tempo perdido. O que a população espera, a partir de agora, com um novo ministro no comando da Saúde, é que as coisas comecem a fluir com maior rapidez.

Parece uma provação. Não bastasse uma pandemia, o Oeste do Paraná está se infectando com a dengue, em uma pandemia que só tende a aumentar se nada de concreto e inteligente for feito. As pessoas já viram que negar não adianta. É preciso agir. Se possível, fique em casa. Aproveite e limpe o quintal.

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