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Silvana Nardello Nasihgil

Escolha quem cabe na sua vida

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Nem tudo na vida é feito para nos fazer feliz. A nós cabe buscar os espaços onde cabemos, onde somos bem vindos, onde temos importância, onde temos possibilidade de sermos compreendidos, aceitos e amados por inteiro.

Quando se ama, não importa o tipo do amor, a frustração vem sempre como um bônus extra: podemos nos frustrar ou frustrarmos o outro, porque, como humanos, temos em nós um egoísmo nato que se difere do amor próprio, que faz escolhas muitas vezes sem levar em consideração nada além de si.

Aprender a lidar com as frustrações é a parte mais doída da vida, porque requer um esforço extra do nosso emocional, requer que a gente aprenda que os outros estão seguindo a vida deles e são livres para escolher fazer do seu jeito, optando inclusive por ir ou ficar.

Quando identificamos certos comportamentos no outro, precisamos urgentemente exercer a maturidade emocional, buscando não permitir que a nossa vida seja paralisada pelos respingos do egoísmo alheio, de jeito nenhum!

Se isso é fácil? Não! Não tem nada de fácil nesse exercício de vida, mas é necessário.

Passar os dias esperando algum movimento de outra pessoa para suprir as nossas faltas nos diminui, nos torna reféns dos nossos próprios sentimentos e traz um sofrimento que ninguém merece.

Não importa como você ama, o quanto dá de si, quem não tem disponibilidade e não quer seguir ao seu lado nunca irá perceber isso. As atitudes de pessoas com esse perfil continuarão sendo para a sua própria felicidade, da qual você visivelmente não faz parte.

Vejo isso acontecer todos os dias, com todo tipo de pessoas, e cada dia tenho mais certeza que olhar para fora de si e se colocar no lugar do outro está muito em desuso.

Naquela história muito real de que a pessoa mais importante do mundo sou eu, as pessoas trancam a vida por dentro e esquecem que de nada adianta se amar muito, se reconhecer como alguém inteiro e capaz se o coração ficar preso nesse jeito de viver, tornando-se improdutivo e estéril.

Pessoas que não sabem olhar o outro, que não se comprometem, que não se disponibilizam para amar, que não conseguem se colocar no lugar do outro são pessoas das quais o futuro irá cobrar um preço muito alto por tudo o que deixou pelo caminho, por não se permitir olhar além do próprio egoísmo. Gente assim acaba a vida sozinho e infeliz.

Então, quem não sente falta, quem não conhece saudades, quem escolhe viver somente para si precisa ser respeitado na sua clausura, deixando a vida e o tempo se encarregarem de dar as respostas.

Nesse processo todo se faz necessário aprender a respeitar as faltas do outro e seguir permitindo conscientemente que esse padrão de comportamento nos acompanhe ou em um “grito” de liberdade tomar consciência de que é merecedor de reciprocidade.

A vida não pode parar, independente de não podermos circular como desejamos. O nosso emocional é livre, e diante disso podemos viajar infinitamente, buscar descobrir como desejamos viver, o quanto estamos disponíveis a doar de nós e o quanto cremos ser importante recebermos.

Então, escolha quem cabe na sua vida, se cabe e como cabe.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

 

 

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