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Editorial

Escravos do Estado

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Se você é empresário no Brasil e seu negócio está a plenos pulmões desde o início do ano há uma péssima notícia pra você. Até o próximo dia 03 sua empresa está trabalhando para pagar impostos. Isso mesmo! Desde que você abriu as portas, em 1º de janeiro, você não ganhou nada, só pagou impostos, taxas e contribuições exigidos pelo governo brasileiro. E faz isso por pelo menos 154 dias no ano.

A lista é longa, encabeçada por alguns dos mais algozes: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Faturamento (Cofins), Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços (ISS). Mas tem FGTS, IPVA, IPI, IPTU… É um peso enorme e um desafio colossal conseguir equilibrar as contas e manter as portas abertas.

Só a partir do 155º dia de funcionando é que o senhor, nobre empresário, vai começar a ganhar dinheiro para pagar funcionários e fornecedores, promover melhorias em seus estabelecimentos e, é claro, ter lucro na própria empresa e também pessoal. A competitividade do empresário brasileiro é brutalmente abalada com a alta carga tributária que ele precisa absorver. Não à toa os produtos chineses estão cada vez mais presentes no dia a dia da população. Não à toa é preciso sobretaxar com altos impostos produtos produzidos ao redor do planeta para que não inundem o mercado nacional. Não à toa o Paraguai é a vedete da muamba. Não à toa a sonegação de impostos é pulsante e vigorosa no Brasil.

Para chamar a atenção para tamanho absurdo, uma mobilização será feita em Marechal Cândido Rondon – e também em todo o país – no sábado (19), data escolhida como referência para falar sobre o tema. O objetivo é conscientizar consumidores e as vítimas, ou melhor, os empresários, sobre a carga tributária imposta no país. Neste dia as lojas vão fechar as portas simbolicamente às 11 horas da manhã. Todos os dias, o comércio brasileiro funciona das 08 horas às 11 horas só para pagar impostos.

Não se trata de pagar muitos impostos, se trata de receber migalhas em troca. Fora de seus estabelecimentos, os empresários encontram roubo de cargas, estradas esburacadas, pedágios descomunais, falta de mão de obra qualificada, irrisório investimento em pesquisa e inovação, enormes dificuldades burocráticas, falta de dinheiro para investir, altas taxas de juros, entre tantos outros infortúnios. Se no lugar disso o empresário encontrasse segurança pública, um sistema de logística que integrasse ar, água e terra, juros condizentes e justos (se é que isso existe), incentivos para crescer, vender e contratar mais, certamente não estaria na bronca, não se furtaria a pagar impostos.

Existem alguns modelos de empresas que conseguem pagar menos impostos, mas de maneira geral todas carregam esse fardo de pagar muitos impostos, de pagar muito pelos impostos. Historicamente no Brasil as pessoas e empresas existem para viver para o Estado, enquanto o ideal seria o Estado viver para seu povo. Isso nunca vai mudar se a população continuar reclamando, mas inerte.

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