Fale com a gente

Silvana Nardello Nasihgil

Espelho, espelho meu!

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Muito claro constatarmos que estamos vivendo uma era do quanto mais, melhor! Movidos pela falta de foco, interesse, consideração, vergonha na cara, reciprocidade, autoconhecimento, autorrespeito e principalmente pela falta de projetos de vida de qualquer natureza, as pessoas andam se expondo ao ponto de se ridicularizarem, sem um filtro que aponte a luz vermelha e que as façam perceber o tamanho do despropósito que vêm se colocando.

Se observarmos as redes sociais, é fácil percebermos que existem tantos absurdos, tanta gente sem noção do básico, do que vem a ser convívio social e, para piorar, se permitindo expor sua vida física e emocional sem critério algum.

Então, com um olhar mais reflexivo é possível compreender muitos dos comportamentos compartilhados. Nas exposições, uma pessoa que prestar atenção descobrirá “furos” que aquele que posta sequer sabe existir. Por não saberem lidar com as faltas, muitos esquecem que as redes sociais têm olhos, ouvidos e enviam subliminarmente mensagens que serão vistas e compreendias por quem estiver atento.

E as pessoas expõem seus corpos como se fossem mercadorias esperando comprador, “bicos de pato” e olhares languidos com frases básicas que buscam esconder as intenções. Tem gente que manda indiretas para provocar, gente que usa Deus como se fosse uma brincadeira, outros que exibem relacionamentos novos jurando amor eterno a cada dois meses, gente que simplesmente não se valoriza e por alguma desilusão se joga em qualquer situação, como se o mundo fosse culpado pelas suas escolhas.

Sorte dos de bom senso que as redes sociais não permitirem imagens agressivas e imorais, caso contrário as coisas poderiam beirar ao extremo, porque, convenhamos, é muita exposição sem razão de ser, sem sentido algum…

Seria o incendiar das vaidades? Não creio!

Para mim o “buraco” está muito mais abaixo.

As fantasias são derramadas de forma quase líquida que chegam a respingar nos olhos de quem observa. São coisas doídas e tristes que esses vieses carregam na sua essência. Do mais simples descontentamento até situações muito complexas, tudo escorre sem critérios nas mídias sociais.

Tem faltado além de bom senso a compreensão de que aquilo que vai no nosso interior é preciso buscar resolver, procurar os meios capazes de trazer de volta o equilíbrio. De um jeito coerente e responsável é necessário olhar para dentro de si, parar de tentar expor o que não está bem, parar de alimentar a imaginação alheia com os próprios infortúnios e se amar mais.

Uma hora é preciso parar de se vitimizar e buscar e reconciliação interior.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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