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Elio Migliorança

ESQUEÇAM BARACK OBAMA

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Fazendo coro com milhões ao redor do planeta, também torci por Barack Obama. Sua eleição teve um significado especial, por ter acontecido nos Estados Unidos da América. Sociedade que no passado assassinou seus líderes negros, e onde um dos mais famosos astros da música pop fez de tudo para ser “branquela”, merece sim uma comemoração o fato de eleger um negro para a presidência. É uma mudança de paradigmas que deve ser comemorada. Considerando que os negros nos Estados Unidos representam apenas 12% da população, e Obama foi eleito com ampla maioria, significa que maciçamente os brancos votaram nele, tornando este fato mais notável ainda. Não esquecendo que, há poucas décadas, existiam ruas onde os negros tinham que descer da calçada para dar passagem a um branco em caso de encontro, que os condenados no corredor da morte são em sua maioria negros, que existiam bairros só para negros e outros onde eles eram proibidos de morar, uma espécie de “gueto” no regime democrático.
Por tudo isso e muito mais é que o mundo e especialmente aqueles que estudaram um pouco da história americana vibraram com o resultado desta eleição. Mas agora a vida volta ao normal, Barack Obama só vai assumir em 20 de janeiro, quando receberá um “pepino” do tamanho de uma “jaca”, chamado desemprego, recessão, o sistema financeiro derretendo, a economia do país na UTI. Foi eleito porque representava a esperança dos americanos por dias melhores.
O que ainda gostaria de descobrir foi quantos votaram a favor de Obama e quantos na verdade foram às urnas votar contra George W. Bush, que se mostrou um presidente arrogante, belicoso, conseguindo criar uma rejeição mundial ao estilo americano de ser. Mas a eleição passou e o que muitos ainda não perceberam é que Barack Obama não tem barba branca e nem um saco de presentes nas costas, portanto, ele não é Papai Noel. Ele está comprometido com seus eleitores, com seu país, e é aí que mora o perigo. Aquilo que é bom para os americanos, nem sempre é o melhor para nós. Se ele subsidia os produtos agrícolas, os nossos produtos não conseguem concorrer com os deles. Se o dólar se valoriza, nossos preços sobem porque nos dizem que os componentes básicos são importados e pagos em dólar. Se o dólar baixa há muita importação causando desemprego pela retração das vendas da produção interna. Se eles restringem as importações, nossos produtos baixam de preço porque diminuem as exportações e há excesso de oferta. E até que ele coloque ordem na sua casa, isto é, seu país, vai passar muito tempo.
Os americanos querem ganhar mais e alguém terá que pagar a conta. E quando tudo estiver em dia por lá, pode ser que ele nos favoreça em algumas questões. O que se espera de imediato é que ele seja menos cabeçudo que Bush e tome providências imediatas para a redução na emissão de gases poluentes e contribua para reduzir o aquecimento global. Esperança faz bem mas é aconselhável que cada um planeje seu futuro imediato sem esperar o pão cair do céu, ou melhor, chegar no trenó de Papai Noel Obama. Esqueçam Obama e vamos à luta pela sobrevivência.

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