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Dom João Carlos Seneme

EU SOU O PÃO VIVO QUE DESCEU DO CÉU. QUEM COME DESTE PÃO VIVERÁ ETERNAMENTE

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No domingo passado (26), acompanhamos o sinal de Jesus com a multiplicação dos pães, em que todos comeram e ficaram saciados e sobrou alimento suficiente para saciar a fome de muita gente. A multidão não havia compreendido o sentido verdadeiro do gesto de Jesus, por isso Ele pacientemente explica o que significa a sua ação e quais as exigências que ela comporta. Jesus, o Filho de Deus, se manifesta como o pão que oferece vida nova, plena e verdadeira. Ele ajuda as pessoas a perceber que elas estão erradas ao procurá-lo somente porque encontraram alimento facilmente. Lança então um desafio: “Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna”.

A melhor obra que podemos fazer é crer em Jesus, o Filho de Deus enviado para dar vida ao mundo. É a fé que nos aproxima de Jesus como nosso Salvador e nos faz reconhecer que precisamos dele como necessitamos do ar, da comida, do amor para viver com dignidade. Por isso o alimento que o Senhor oferece é de outra natureza, não é perecível e introduz a pessoa na vida eterna. Jesus afirma que o pão que dá a vida é ele mesmo. A Eucaristia vem do Pai: “É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.

A Eucaristia também nos leva ao Pai. Na liturgia da missa isto é evidente pelo fato de que tudo se direciona ao Pai: a oração eucarística é um diálogo em que a Igreja, fortalecida e mantida em pé pelo Espírito Santo, por meio de Jesus, se dirige ao Pai. Na Eucaristia acontece o milagre da presença viva e dinâmica de Jesus que se oferece ao Pai em favor de toda a humanidade. Jesus se faz alimento para sustentar a sua Igreja, para que ela não desanime e o siga de perto e seja sinal de sua presença no mundo, principalmente sustentando a vida de nossos irmãos mais frágeis e sofredores.

Neste gesto podemos compreender como Deus conhece a nossa fragilidade e, mais uma vez, vem em nosso socorro para nos sustentar a fé. Deixa este sacramento que deve ser realizado num encontro comunitário de pessoas que partilham a mesma fé. Através do sacramento da Eucaristia entramos em comunhão com Deus que vai exigir de nós unidade e compaixão com o mundo. Deus coloca em nossos corações os meus sentimentos de Jesus Cristo que foi obediente até a morte para realizar o plano de amor do Pai em favor de toda a humanidade. Aproximarse desta mesa é um gesto corajoso que vai além de nossas forças. Deus nos completa em Jesus Cristo e nos faz experimentar que estamos reunidos como filhos e filhas de Deus para receber o pão da vida que vai nos ajudar a continuar o projeto de salvação de Deus.

Neste domingo (02) iniciamos o mês vocacional e celebramos a vocação dos ministros ordenados, diácono, padre e bispo. Eles assumem a missão de Cristo como bom pastor nas suas diferentes funções. Buscam, com suas vidas, unir e valorizar todos os carismas, orientando o povo de Deus a tomar parte na missão de Cristo.

Maria Nossa Mãe, interceda pelos nossos diáconos, presbíteros e bispos, que incansavelmente procuram seguir os passos de Jesus, conquistando pessoas para Cristo, como mensageiros da esperança e da paz. Desperta nos corações de nossos jovens o desejo de seguir Cristo no serviço da Igreja como ministros ordenados. Amém.

* O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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