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Elio Migliorança

EXTREMOS QUE DESCONSTROEM

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Antes da abordagem do tema acima, respondo a um questionamento feito por leitores e internautas sobre o tema da coluna da última quarta-feira, 10 de outubro. A análise feita e a sugestão dada aos vencedores das eleições com relação aos não eleitos partiram da minha experiência pessoal, pois disputei duas eleições para prefeito, uma eu venci e a outra perdi. Assim sendo, sou conhecedor por experiência dos dois lados da moeda e tinha plena convicção e consciência do que estava escrevendo. E o tema de hoje foi inspirado na comemoração do Dia do Professor, ocorrido na segunda-feira (15). Recordo-me dos anos iniciais da minha carreira profissional, em que o professor era a segunda autoridade nas famílias, e, em muitos casos, os pais até consultavam os professores antes de uma decisão sobre a vida e o futuro dos filhos. E o processo educativo não apenas contemplava o conhecimento científico, mas também contribuía na formação moral, ética e social dos estudantes. O problema começou quando em algum lugar do Brasil foram denunciadas violências ou abusos contra estudantes, e os legisladores, na ânsia de proteger alguns casos isolados, começaram a construir uma legislação que acabou protegendo demais e distorcendo o processo de tal forma que os papéis se inverteram.
Hoje, os professores estão à beira do desespero para enfrentar estudantes, blindados contra qualquer corretivo que precise ser aplicado para manter a disciplina e a ordem. E tudo isso acabou colocando o aprendizado em segundo plano. Que a educação no Brasil vai mal é uma verdade tão cristalina quanto as águas mais puras das fontes da floresta. O descalabro que a legislação foi construindo na educação também aconteceu na área de segurança. Nos governos militares existia, é verdade, um rigorismo exagerado, e foram cometidas muitas injustiças, porém, reconheçamos, havia ordem e respeito.
Da mesma forma, a ansiedade para defender os direitos individuais, algo indispensável numa sociedade organizada, foi a justificativa para criar leis que ao longo do tempo acabaram beneficiando os bandidos e colocando enormes dificuldades no serviço policial, tornando a tarefa muito mais penosa, perigosa e, em certos casos, inviabilizando a ação policial. Com isso, perdeu a sociedade e a insegurança tomou conta. A situação é tão grave que as pessoas estão saindo de certas cidades, indo morar no interior, para privilegiar a segurança, mesmo que isso implique em prejuízos financeiros.
Mas a bandidagem, informatizada como nunca antes na história deste país, sabe de tudo isso e migrou também, espalhando seus tentáculos por todo o território nacional. Tanto uma quanto a outra questão, ambas tão vitais quanto o alimento de cada dia, desafiam o imaginário popular que tenta encontrar uma solução. E como é um problema de difícil solução, é necessário dar o primeiro passo sem esperar resultados imediatos, porque neste tipo de problema o fruto só será colhido vários anos depois do plantio.  
Juntando tudo, precisamos que a sociedade compreenda as atitudes de políticos corajosos, quando, ao invés da próxima eleição, pensar na próxima geração.

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