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Editorial

Faça chuva, faça sol

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Todas as preces que pediam chuva nos últimos meses do ano passado, quando o produtor rural estava clamando para poder plantar a safra de verão, estão sendo atendidas em janeiro. São Pedro abriu a torneira e não fechou mais.

No primeiro mês do ano novo, que ainda nem acabou, já são aproximadamente 300 milímetros de precipitação acumulada em Marechal Cândido Rondon. Praticamente todos os dias choveu. Assim foi em todo o Paraná. Que o diga as Cataratas do Iguaçu, com dez vezes mais água do que o normal.

E ainda tem muita água por vir. As previsões indicam que pelo menos até a metade de fevereiro ainda tem muita chuva para cair em solo rondonense e no Oeste do Estado.

Mas, acredite, toda essa chuva praticamente não mudou a crise hídrica em Marechal Rondon. Ainda há rodízio de racionamento e ainda há casas e estabelecimentos comerciais que sofrem com a falta de água nas torneiras. A explicação, a grosso modo, é que essas águas, que vão encher os 17 profundos poços de onde o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) faz a captação, somente em três ou quatro meses. Já as cinco nascentes usadas para abastecer o município acabam prejudicadas pelo excesso de chuva, que deixa a água túrbida e dificulta o processo de captação, tratamento e distribuição ao consumidor.

Hoje Marechal Rondon produz 13 mil metros cúbicos diariamente, mas tudo que sai da estação de tratamento é automaticamente consumido. Se tivesse mais, consumiria mais. Ou seja: tem gente sem água.

Para as pessoas, falar de falta de água com tanta chuva parece estranho, mas essa é a realidade atual de Marechal Rondon. Esse cenário de muita chuva lá fora e pouca água nas torneiras, desconhecido da maior parte da população, precisa ser observado com atenção. O consumo consciente e racional de água deve permanecer. Até porque o racionamento hídrico prossegue no município, sem previsão de ser suspenso. Bairros ficam até três dias por semana sem receber água, das 20 horas às 08 horas do dia seguinte. Ou: 36 horas sem água por semana. Quem tem caixa, dá um jeito, quem não tem, fica sem.

A coisa está tão difícil que o Saae tem trabalhado para a implantação de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) de caráter emergencial, que será implantada no Arroio Fundo e terá capacidade para produzir 2,4 milhões de litros por dia, mas ela deve entrar em funcionamento somente em março ou abril.

Meu nobre leitor, minha querida leitora, é preciso continuar economizando água. Vale usar toda essa precipitação a nosso favor e captar água da chuva em baldes e galões para fazer serviços domésticos, entre outras possibilidades. Banhos curtos, e calçadas podem esperar.

São Pedro “exagerou” na dose, depois de “esquecer” a região Oeste e todo o Paraná em 2020. As chuvas abençoadas finalmente vieram, mas as torneiras em Marechal continuam, por vezes, “secas”.

A longo prazo, é preciso criar uma solução definitiva para o município. É preciso ter água suficiente para a população, faça chuva, faça sol.

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