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Arno Kunzler

Feliz 2015

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Enquanto os brasileiros se debatem sobre a mais nova crise, uns querendo a todo custo mostrar que ela existe, outros fazendo um grande esforço para mostrar o contrário, vale a pena fazer uma breve reflexão sobre 2014, que está acabando hoje (31), e sobre 2015, que começa amanhã (1º).

O Brasil viveu um ano atípico. Primeiro porque sediamos uma Copa do Mundo – vamos entender no futuro se ela foi boa ou ruim para o país, segundo porque tivemos eleições, uma eleição difícil que vai mudar os rumos da economia e da política brasileira, com certeza.

Em meio ao embate da Copa e das eleições, muitas coisas aconteceram.

A economia, carregada até a eleição com pulso firme pelo governo para evitar uma derrocada do PT nas urnas, deu sinais de fraqueza. O PT, considerado imbatível, se fragilizou, a oposição, mais uma vez, não teve propostas convincentes e não mostrou nada de diferente para convencer o eleitorado a mudar.

As estruturas do país foram colocadas em xeque, desde o Poder Judiciário, a Polícia Federal, a Federação e, principalmente, a estrutura político-partidária arcaica e completamente viciada.

O Brasil de 2014 foi muito intenso, passou por momentos críticos e levou os brasileiros a se envolver como nunca numa eleição presidencial.

O Brasil tomou partido, isso ficou claro em todas as manifestações através da imprensa tradicional e principalmente pelas mídias sociais, que tiveram papel importante neste pleito.

Os políticos que sobreviveram ao bombardeio de denúncias e acusações aprenderam que podem fazer muitas coisas erradas, mas não tudo e nem sempre.

O Brasil que saiu da Copa e das urnas não é mais o mesmo Brasil de antes. Se somos melhores ou piores, o tempo dirá. Não é possível dizer hoje, de forma sensata e honesta, e principalmente desapaixonada, se esse momento precioso que vivemos vai nos levar a um futuro melhor ou se precisaremos novos momentos como este para passar o país a limpo.

Particularmente acho que o Brasil passou por um teste importante, mostrou suas limitações e seu gigantismo ao mesmo tempo.

Limitações que estão presentes em todas as esferas e estruturas, não há nada que não precise ser melhorado, desde a política, o Judiciário, o Congresso e sua famigerada “picaretagem”, a educação, a saúde, a infraestrutura, enfim, somos mesmo um país em construção, onde há quase tudo por fazer.

Mas, ao mesmo tempo, mostramos um potencial imenso, um país continental cuja economia interna, apenas com melhor distribuição de renda, aumenta o consumo em quase10% ao ano.

E aí vem a explicação: porque um país que cresce a passos de tartaruga (menos de 1% em 2014) tem uma impressionante expansão da sua base econômica, vista nas lojas que abrem, nas faculdades que se multiplicam, nas vendas de fim de ano e nos serviços que crescem sem parar, nas safras agrícolas, nas exportações e nos recordes de produtividade.

A renda das pessoas aumentou, e aumentou em todos os níveis, especialmente as mais pobres, e, com isso, aumentou o poder de consumo.

Se você foi no mercado na semana do Natal ou pretende ir hoje, ou se viajou para o litoral, precisou de avião, de ônibus ou das rodovias para andar de carro, você acha que o Brasil está em crise? Agora, responde com sinceridade, pra você, 2015 será um ano de crise, ou não? Temos muito a fazer, mas também temos muito a comemorar.

Portanto, um feliz 2015 pra você e toda sua família!!!

 

* O autor é jornalista e diretor do Jornal O Presente

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