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Arno Kunzler

Fim de festa

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A prisão de Beto Richa, pela terceira vez, Michel Temer, Moreira Franco e seus comparsas não é um simples ato para desestabilizar o discurso do PT, de que a Justiça só prende ladrão de esquerda.

A Justiça é seletiva, sim. Ela nos mostra que identifica dentro do tecido social aqueles que maltratam a sociedade, aqueles que aniquilam a esperança dos trabalhadores brasileiros desviando os recursos que deveriam gerar benefícios sociais para suas contas particulares nos paraísos fiscais.

Morreu em primeiro lugar o discurso que alimentou petistas e esquerdistas durante anos, inclusive na última campanha eleitoral.

O mais importante é que, aos poucos, nos mostra que vale a pena ser honesto, que o crime não compensa.

Essa sensação ruim com a qual convivemos durante muito tempo fez mal à sociedade como um todo, mas principalmente aos jovens empreendedores.

O Brasil pertencia aos espertalhões, gente que ficava rica do dia para noite articulando empresas e políticos para desviar dinheiro público.

Se o Brasil conseguir evitar que o nosso sistema político e judiciário não crie freios para perseguir bandidos do colarinho branco podemos comemorar o fim da festa.

Mas se permitirmos que as artimanhas políticas combinadas com as instituições superiores do Judiciário inibam ações de investigação, aí podemos retroceder perigosamente.

Ficou claro como os bandidos se escondem atrás do FORO PRIVILEGIADO.

Já não é de hoje que os brasileiros reconhecem a eficiência do Judiciário em suas instâncias inferiores, mas, ao mesmo tempo, reconhece e receia com manobras e decisões contraditórias das instâncias superiores, nas quais quase ninguém é punido.

Assim, o Supremo Tribunal Federal (STF) está na mira do povo brasileiro, que não reconhece nesse poder, especialmente pelas recentes decisões de seus membros, um poder a serviço do país.

Essa é uma pena mesmo porque caberia às instâncias superiores do Poder Judiciário corroborar as ações da primeira instância, onde a Justiça funciona e age com mais rapidez, evitando a sensação de impunidade.

Queremos e precisamos um Judiciário que funciona, da base até o topo da pirâmide.

É a instituição que precisa agir quando as pessoas, políticos, empresários e outros infringem a lei.

E dela só podemos esperar correção e Justiça, jamais o que se teme e o que se vê com frequência.

 

O autor é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza

arno@opresente.com.br

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