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Arno Kunzler

Grande alternativa

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Ainda é cedo e pode nem se concretizar, mas tudo indica que Sergio Moro fará parte da campanha de 2022 como candidato a presidente do Brasil.

Se ele fosse candidato em 2018, seria quase imbatível, tamanho era o seu prestígio e o respeito que não só os brasileiros, mas o mundo lhe dedicavam, e ainda dedicam, em boa parte.

Contudo, é preciso fazer uma nova leitura do quadro para 2022.

Sergio Moro foi o algoz do PT, colocando as maiores lideranças do partido e empresariais da época na cadeia.

Sergio Moro também foi duramente atacado pelos bolsonaristas depois que resolveu sair do governo.

Hoje ele é atacado pela esquerda que defende Lula e pela direita que defende Bolsonaro.

Mas e daí, há espaço para uma candidatura de Sergio Moro com chance de chegar ao segundo turno?

É possível que sim, e para chegar ao segundo turno terá que disputar os votos do centro e da direta com Jair Bolsonaro.

Neste momento, Sergio Moro é a maior ameaça para aqueles que defendem a reeleição do presidente.

Sua chegada ao Brasil e a filiação ao Podemos no próximo dia 10, já nas primeiras semanas, poderá indicar se será ele o candidato a unir o centro e a parte da direita insatisfeita com o governo Bolsonaro, ou não.

Apesar do desgaste que lhe imputaram os que eram contra a prisão de Lula e os que não queriam vê-lo disputar a Presidência da República contra Jair Bolsonaro, Sergio Moro continua um nome limpo e forte.

Um juiz destemido e um ministro que não se dobrou diante da ingerência em sua pasta.

Preferiu deixar o governo a seguir uma orientação que não lhe pareceu correta, embora tenha sido muito criticado por isso.

Para se tornar um candidato viável, Sergio Moro terá que apresentar ao Brasil mais do que uma proposta de combate à corrupção, que é sua inspiração natural.

Terá que ter um plano de governo capaz de conectar interesses econômicos, sociais, políticos e, sobretudo, propor uma forma de governança em parceria com governadores e prefeitos.

Talvez a grande lacuna que vivemos neste momento é exatamente a falta de harmonia entre os entes que governam o país, os Estados e os municípios.

Se for para melhorar o debate político, aumentar as opções e debater propostas mais claras e objetivas para o próximo governo, que venha Sergio Moro.

Caso contrário, ficaremos com os dois slogans já desgastados: Lula ladrão e Bolsonaro genocida.

É muito pobre e muito pouco para uma campanha presidencial.

 

Arno Kunzler é jornalista e fundador do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

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