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Elio Migliorança

GREGOS E TROIANOS

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A batalha entre gregos e troianos foi uma das mais célebres do mundo antigo. Povos inimigos, era impossível agradar ambos. E assim passou para a história a expressão de que é impossível agradar gregos e troianos. É assim a arte de escrever. Impossível agradar todos os leitores. O objetivo de quem escreve é defender um ponto de vista, argumentar sobre determinado tema de forma consistente. Confronto de ideias gera conhecimento. Um bom debate enriquece os debatedores. Mas se você quiser provocar reações apaixonadas, basta abordar um dos temas: religião, futebol ou política. Quando se cobra ética dos governos então, é um Deus nos acuda. Ética e honestidade no desempenho de uma função pública são o mínimo que se espera de um governante. Mas tem gente que justifica o presente com escândalos do passado. Os erros do passado não justificam o presente. Precisamos progredir e melhorar. O texto “devolvido por incompetência”, publicado no dia 03 de agosto, gerou reações de gregos e troianos. Mesmo com os bandidos batendo à porta, alguns ainda acham que o governo está certo. As páginas de “O Presente” são lidas Brasil afora e sobre o texto citado recebi via e-mail, entre outras, as seguintes contribuições: 1º “Não sou petista e não tenho procuração para defender o governo, mas não consigo ficar quieto quando vocês, aí incluo sua postura, ficam batendo. O governo FHC não foi muito diferente do governo Lula. Lembra quem foi o ministro todo poderoso das Comunicações? Lembra do caso Rubens Ricúpero? E a reeleição, até hoje não explicada. O PMDB, hoje tão criticado, era o mesmo, aliás, que turma de safados. Mas vamos ao presente. Este governo do choque de gestão, que choque? Irmão, mulher, filho, só falta eu, aliás, estou pedindo uma vaguinha. Vamos defender a limpeza no setor público, mas sem cor. Paulo A. Curitiba/PR”. 2º “Eu acho que já incorporei a condição de besta indignada com as palhaçadas do governo. Incrível como o sentimento de revolta se atenua com o tempo, afinal, de que adianta se revoltar? Eis o pensamento que está por trás da cara de pau dos nossos caros governantes… tornar tudo normalzinho… alimentar as galinhas com migalhadas para que não fujam do galinheiro ou venham a se revoltar… ô, vida! As coisas continuam sempre iguais. Continue bradando! Parece que essa é a nossa única arma. Cássia R. Uberlândia/MG”.

Eis a questão, tem contra e a favor. De minha parte, parabenizo a presidenta Dilma pela rapidez das respostas aos casos de corrupção denunciados ultimamente, colocando da porta para fora os malfeitores. Falta a Justiça condená-los a devolver cada centavo desviado. Convém observar, porém, que as denúncias, via de regra, são feitas pela imprensa. E onde estão os Tribunais de Contas e Corregedorias, pagas regiamente para fazer tal serviço? Seus membros são cegos que não enxergam o que está acontecendo? Os repórteres são melhores investigadores do que os profissionais do ramo? Não seria o caso então de diminuirmos o número de tribunais por ineficiência e pagarmos a imprensa para que investigue a corrupção?  Acho que estamos progredindo porque o número de “intocáveis” é cada dia menor.

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