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Editorial

Hora de agir

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Nos últimos dias não foi difícil encontrar alguém indignado com as notícias das novas praças de pedágio no Paraná e com os valores que estão sendo ventilados. Não por menos. O Estado, que fez o pior contrato de concessão em todo o Brasil, está calejado. Desde o final dos anos 1990, quem passa pelas principais rodovias do Paraná é “assaltado” a cada bocado de quilômetros.

Agora, ainda mais estradas serão concedidas para a iniciativa privada, como a BR-163. Entre Guaíra e Cascavel, por exemplo, na proposta inicial há duas praças.

O governo federal tem gastado dezenas de milhões de reais para duplicar o trecho entre Marechal Cândido Rondon e Toledo nos últimos anos. Agora, quando boa parte do projeto está pronto, quer entregar a rodovia para a iniciativa privada, que não terá muito trabalho e os investimentos serão de manutenção. É quase inacreditável. Por isso mesmo os preços deveriam ser pagos com algumas moedas.

Obviamente, um movimento da sociedade civil organizada foi constituído para defender a redução do preço do pedágio que está sendo inicialmente proposto.

Na segunda-feira (25), a Associação Comercial e Empresarial de Marechal Rondon (Acimacar) manifestou apoio à petição pública pela redução do valor do pedágio no Paraná, lançada na última sexta-feira (22) pelo Programa Oeste em Desenvolvimento (POD). As lideranças defendem uma redução de pelo menos 50% do valor da tarifa no Estado.

A petição pública é a ferramenta utilizada para que a população e o setor produtivo possam ser ouvidos e que o menor preço prevaleça, além de assegurar outras garantias para que a região Oeste siga em desenvolvimento e tenha competitividade.

Todos os setores produtivos serão penalizados se novas praças e valores abusivos forem praticados, especialmente as grandes agroindústrias do Oeste do Paraná e as transportadoras. E a bola de neve só cresce. Se o transporte está mais caro, as mercadorias estão mais caras. Ou seja: será cobrado do consumidor final, seja um veículo zero quilômetro ou uma lata de ervilha. Quem paga a conta é quem sempre está na ponta.

Negócios mal feitos, embrulhados em corrupção e conluio de políticos e empresários, fizeram do Paraná um exemplo a não ser seguido. Já são quase 25 anos de cobranças de tarifas altíssimas. Se a sociedade não pressionar, caminho semelhante está sendo trilhado. A sociedade não pode admitir que algo parecido volte a acontecer.

As lideranças públicas devem, mais do que nunca, estar ao lado da população. São essas lideranças que precisam conduzir esse processo de concessão da maneira mais ética e transparente possível. Foram eleitos para representar o interesse das pessoas, da população paranaense. Especialmente agora, precisam dar voz à sociedade.

A indignação não pode ficar apenas nas redes sociais. É preciso coragem para cobrar uma postura firme. Depois que tudo já estiver amarrado em contratos, não adianta espernear. A hora de agir é agora, porque as pessoas sabem que aquela historinha para boi dormir de “baixa ou acaba” não funciona.

 

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