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Arno Kunzler

Independente…

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Aconteça o que acontecer com o ato de anulação da votação do impeachment, o tiro certamente foi no pé do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão.

Esteja ele a serviço de quem quiser, do presidente afastado Eduardo Cunha, do governador do Maranhão ou do governo federal, ou ainda dos três antagonicamente, Waldir Maranhão pagará caro pelo burrice que cometeu.

Primeiro, porque, além de ser um sujeito com a moral no mesmo nível do presidente já afastado, extremamente limitado, tanto que tomou uma ação solitária, sem o apoio dos demais deputados da mesa diretora e nem dos técnicos legislativos da Casa.

Logo, sua decisão, que já não tem valor legal porque tenta anular um ato produzido pelo plenário da Câmara dos Deputados, o que só poderia ser anulado pelo próprio plenário da Câmara, também o isola dentro da Casa.

Waldir Maranhão sabe que será o próximo da lista a ser destituído, antes do cargo de vice, agora possivelmente com a perda do mandato, inclusive.

Seu ato afrontou a Câmara dos Deputados ao tentar anular o que a Câmara aprovou e, pior, afronta o Senado ao tentar impedir que dê continuidade ao processo de cassação da presidente Dilma Rousseff.

Waldir Maranhão afrontou a inteligência dos brasileiros ao subestimar a reação das pessoas que foram às ruas e motivaram um processo de impeachment da presidente Dilma.

Waldir Maranhão envergonha o Legislativo brasileiro ao produzir uma peça fantoche de repercussão mundial, demostrando a total desorganização, desconhecimento da lei e a completa falta de lucidez política de um cidadão conduzido à presidência do Parlamento, onde herda, em caso de vacância, a presidência da República.

Mais cedo ou mais tarde ele seria considerado incapaz pelos seus pares ou pelo Poder Judiciário que está ao seu encalço.

Mas depois do que aprontou ontem (09) e o que pode se esperar de uma pessoa tão despreparada no poder é certo que seus passos serão encurtados.

O Parlamento pode ter seus defeitos, seus vícios, produzir seus problemas… mas é a Casa democrática, e nela deve prevalecer a observância da lei e preservação da ordem jurídica.

É onde prevalece a vontade da maioria, essencialmente isso, onde a maioria vence e a minoria aceita.

Ali, onde 367 deputados, bons ou ruins, todos eleitos pelo povo brasileiro, manifestaram sua opinião e disseram que querem abrir processo de investigação da presidente Dilma.

Não é um sujeito (também eleito pelo povo, diga-se a bem da verdade) sem base jurídica nenhuma, sem conhecimento e sem “estatura” moral que vai inverter essa ordem, fazendo com que a minoria vença a maioria.

Waldir Maranhão será expurgado do cenário político nacional, pelo bem do Brasil e do Congresso Nacional.

Se não for alcançado por medida judicial do Supremo Tribunal Federal (STF), por quem está sendo investigado, certamente será alcançado pelo processo eleitoral que deve ocorrer na Casa e, em isso não acontecendo, poderá ser alcançado por abertura de um processo disciplinar, já que usou do cargo de presidente para tentar manipular um decisão do colegiado.

A Câmara dos Deputados infelizmente acaba de ser vítima de mais um golpe sujo, uma tentativa espúria de perturbar a ordem jurídica.

Mas a verdadeira vítima dessas tramoias e sujeiras produzidas por parlamentares despreparados e mal-intencionados é o povo, que espera atitudes altruístas e decisões sérias.

 

 

Jornalista e diretor do Jornal O Presente

arno@opresente.com.br

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