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Arno Kunzler

Inocente ou culpado?

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Tudo indica que o resultado das próximas eleições presidenciais no Brasil vai depender de qual a percepção que o eleitor faz sobre a condenação do ex-presidente Lula (PT).
Se Lula for considerado inocente pela maioria dos eleitores, tem grande chance de ganhar a eleição.
Se a maioria achar que Lula é culpado pelos crimes que foi acusado e foi beneficiado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para ser candidato, então quem tem mais chance são os adversários.
Nesse caso, crescem as chances do segundo turno ser disputado entre Lula e Sergio Moro, já que pesam contra Jair Bolsonaro críticas de ter esquecido os temas que facilitariam a prisão de Lula, para ajudar os seus aliados.
Se for esse o entendimento da maioria dos que querem Lula preso, a disputa entre Moro e Bolsonaro vai esquentar o primeiro turno.
Bolsonaro, indiscutivelmente, tem um arsenal muito maior para atacar tanto Lula como os demais candidatos.
Mas no primeiro turno não interessa para o comando da campanha de Bolsonaro atacar Lula e, sim, aqueles que podem ameaçá-lo de chegar ao segundo turno.
Nesse caso, o alvo da hora é Sergio Moro, que assumiu a dianteira dos candidatos que disputam esse miolo.
Moro é o adversário que assusta o comando da campanha de Bolsonaro, afinal, as pesquisas são muito claras.
Quem votou em Bolsonaro e desistiu de tentar reelegê-lo, vota em Sergio Moro.
Basta saber quantos eleitores desistiram ou ainda desistirão de Bolsonaro para um segundo mandato.
Por outro lado, Lula continua soberano e, para não perder a eleição, o candidato de centro ou de direita que eventualmente chegar ao segundo turno precisa tirar dele os votos que hoje indicam Ciro Gomes como candidato preferido.
Essa não é uma missão fácil, já que Ciro também é um crítico assíduo tanto de Bolsonaro como de Sergio Moro.
Se os comandos das campanhas de Bolsonaro e Moro esquecerem de Lula durante o primeiro turno, todos correm risco de Lula ser eleito sem haver segundo turno.
O sucesso das campanhas de Bolsonaro, Lula e Moro depende de fatores bem evidentes e específicos.
Bolsonaro precisa convencer a maioria dos eleitores que a economia vai bem.
Moro precisa convencer seus eleitores que foi um juiz rigoroso sim, mas correto ao condenar os corruptos do petrolão.
Lula precisa convencer seus eleitores que é inocente e que seu governo não foi comandado por um esquema de corrupção.

O autor é jornalista e fundador do Jornal O Presente e da Editora Amigos
arno@opresente.com.br

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