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Arno Kunzler

Já é hora de voltar?

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O que mais se falou durante a semana é quando devemos sair do isolamento e retornar à vida normal.

O assunto proporcionou uma discussão impressionante entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente Jair Bolsonaro.

Mas disso, somado aos dados disponíveis, podemos tirar algumas conclusões.

Primeiro e mais importante, o isolamento já deu resultado, funcionou e a curva não ascendeu como se imaginava e se temia no início.

Segundo, hoje temos muito mais consciência da necessidade de proteger os vulneráveis, manter o isolamento social.

Bom, se temos essa consciência e sabemos que o perigo está localizado naqueles que têm vulnerabilidade, o que podemos fazer?

Agora, sem paixões políticas, por favor, e sem misturar interesse público com interesse político, vamos raciocinar o que vai acontecer nas próximas semanas, ou meses…

Uma hora o comércio vai ter que reabrir as portas, as escolas terão que voltar a funcionar, o show vai ter que continuar. Certo?

Se for segunda-feira, é correto imaginar que teremos o coronavírus entre nós, e todo cuidado será necessário dentro das indústrias, dentro das lojas, nas ruas, nas obras e principalmente com os VULNERÁVEIS, idosos acima de 60 anos, exatamente como estamos fazendo hoje.

Bom, mas se os prefeitos decidirem que não, e que o comércio somente voltará dentro de um mês…

Ainda assim o coronavírus estará entre nós, e todos os cuidados exigidos hoje terão que ser exigidos, e os idosos acima de 60 anos terão que continuar em isolamento social.

Se for daqui a 60 dias, o quadro será o mesmo. O vírus não estará extinto e os idosos acima de 60 anos terão que ter todo cuidado conforme prescrito.

Pensando assim, não parece razoável estender o isolamento geral para além do final de março, mas os cuidados e as restrições sim.

Agora, adotando uma ou outra medida, corremos o risco de ter mortes.

Não é sensato e nem justo esperar as mortes para apontar o dedo e culpar quem quer que seja, a não ser por desleixo ou desobediência.

Quem toma decisões, prefeitos, governadores e o presidente, o faz querendo fazer o melhor, mesmo sem ter certeza.

E o melhor que eu acho, pode não ser o melhor que você acha e nem que os médicos acham.

Se nem os médicos têm a mesma opinião, como nós poderíamos ter?

Talvez as palavras mais importantes neste momento sejam: cautela, cuidado, precaução, lave as mãos, use álcool, não vá em aglomerações.

Ou então, fique em casa.

Mas, até quando?

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza

arno@opresente.com.br

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