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Dom João Carlos Seneme

Jesus Cristo é o Rei da verdade e da vida, da justiça, do amor e da paz

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Com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, neste domingo (24), encerramos o ano litúrgico e celebramos o padroeiro de nossa diocese. Ao longo do ano litúrgico acompanhamos a vida de Jesus pelo olhar do evangelista Lucas, que enfatizou que Jesus veio “para servir e não para ser servido”. Hoje Cristo é elevado à condição de rei. Todos os espectadores da crucificação esperam que Ele prove que é Deus e se livre milagrosamente da cruz, pois essa é atitude dos poderosos. Porém, o reino de Deus não é deste mundo, ou seja, sua autoridade não vem da terra. É um reino diferente que não se estabelece pelo poder das armas, do autoritarismo. Seu poder se revela na doação da própria vida na cruz para nos libertar do pecado e da morte.

No evangelho deste domingo acompanhamos Jesus sendo crucificado entre dois ladrões. Para o evangelista Lucas, a cruz é a prova suprema da solidariedade divina com o mundo dos pecadores: é justamente neste contexto que Jesus se revela rei e senhor do universo. Ele vence a tentação proveniente das autoridades, dos soldados e dos malfeitores; tentação que se exprime sempre com o mesmo convite: salva-te a ti mesmo!

Ele pode até se salvar, mas não quer. Ele quer ser solidário aos pecadores até o fim e assim manifesta o tipo de rei que é. Jesus responde à violência destrutiva com um novo início marcado pelo perdão. “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Mesmo neste momento extremo de ingratidão da humanidade que mata um inocente, Jesus pede perdão por aqueles que o condenaram à morte. É uma atitude suprema de amor que deve contagiar a humanidade de todos os tempos. Devemos ser seguidores e seguidoras deste Rei da justiça, do amor e da paz.

O Evangelho nos relata os encontros libertadores entre os pecadores e Jesus. Não há uma condenação, mas sempre um convite para mudar de vida. Por isso todos são compelidos a fazer uma escolha: aderir ou rejeitar Jesus. Na hora de sua morte, ponto crucial do evangelho, o leitor é convidado a fazer sua escolha. Quem acolhe Jesus participa de forma definitiva da vida em Deus; ela acontece hoje, agora. O Reino acontece no momento em que a pessoa acolhe Jesus e se dispõe a seguir seus passos, deixando-se conduzir por Ele e procurando agir como Ele agiu. É assim que podemos participar de sua realeza.

A imagem que mais se aproxima do rei do amor, da justiça e da paz é o pastor que acompanha, protege e é amigo. “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá sua vida pelas ovelhas”. (Jo 10,11)

A Catedral Cristo Rei é, para nós, sinal de nossa missão como continuadores da obra de Jesus, de seguidores deste Rei-Pastor que protege todas as ovelhas, as alimenta com sua palavra e seu corpo. Se há uma ovelha ferida e doente, dilacerada no espírito pelo pecado, ou somente desanimada, ele está pronto para enfaixar suas feridas, tratá-la com o óleo do perdão e consolação.

Nesta festa do padroeiro de nossa diocese não nos resta outra coisa senão repetir com alegria, mais uma vez: “O Senhor é o meu pastor, não me falta coisa alguma!”. O Rei que seguimos se ofereceu na cruz, vítima pura e pacífica, para redimir toda a humanidade. Por isso o seu Reino é da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Amém.

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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