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Dom João Carlos Seneme

Jesus é o cordeiro de Deus que salva a humanidade

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Mais uma vez estamos em contato com a narração do batismo de Jesus, desta vez através do evangelista São João. Na semana passada refletimos sobre a figura do profeta desarmado e sobre Jesus como o servo obediente, que se submete à vontade do Pai. Domingo (19) veremos a profunda conexão entre a missão do servo e o serviço de Jesus, cordeiro de Deus: uma relação estreita, fundada na fidelidade a Deus e no serviço ao ser humano.

Os primeiros cristãos reconheceram a pessoa e a missão de Jesus nestas palavras. Ele era o servo, o escolhido de Deus. Nós acabamos de ouvir esta verdade através do testemunho de João durante o batismo de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”. O propósito de João é mostrar Jesus como o escolhido, o ungido: “Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, é ele quem batiza com o Espírito Santo”.

O batismo de Jesus não consiste em submergir seus seguidores nas águas de um rio; Jesus submerge os seus no Espírito Santo. Jesus possui a plenitude do Espírito Santo e por isso pode comunicar aos seus esta plenitude. Esta é a grande novidade de Jesus: Ele é o Filho de Deus que batiza com o Espírito Santo! De modo que, através do batismo, somos transformados em criaturas novas vivendo mais intensamente nossa pertença a Deus e à Igreja. Procurando recuperar sempre de novo nossa identidade irrenunciável de seguidores de Jesus, sem deixar vencer pelo egoísmo, covardia. Só Jesus pode despertar o que há melhor na Igreja e dar-lhe um coração novo, com maior capacidade de ser fiel ao Evangelho. Recuperar o batismo de Jesus é a primeira tarefa da Igreja.

Assumindo o nosso batismo, tomamos consciência do Espírito que vive em nós e nos conduz a viver a vida seguindo seus princípios como seres “espiritualizados”, ou seja, existe uma vida nova dentro de nós que determina que devemos lutar contra morte e afirmar que a vida vale a pena apesar de nossas fraquezas, medos, doenças. Este é o projeto de Deus para a humanidade e para o mundo: vida plena para todos. Para realizá-lo Deus escolhe pessoas para serem suas testemunhas na história e no tempo.

A história humana não é, portanto, uma história de fracasso, de caminhada sem sentido para um beco sem saída; mas é uma história onde é preciso ver Deus nos conduzindo pela mão e apontando, em cada curva do caminho, a realidade feliz do novo céu e da nova terra. É verdade que, em certos momentos da história, parecem erguer-se muros intransponíveis que nos impedem de contemplar com esperança os horizontes finais da caminhada humana, mas a consciência da presença salvadora e amorosa de Deus na história deve animar-nos, dar-nos confiança e acender em nossos olhos e em nosso coração a certeza da vida plena e da vitória final de Deus.

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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