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Dom João Carlos Seneme

Jesus morreu na cruz para nos dar vida em plenitude

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Com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor iniciamos as solenidades da Semana Santa rumo à Páscoa. “Este é o dia em que a Igreja celebra a entrada de Cristo em Jerusalém para realizar seu mistério pascal”.  Jesus é apresentado como o Rei-Messias que entra e toma posse de sua cidade. Ao contrário dos outros reis, ele não entra como um rei guerreiro que marcha com seu exército, mas como um Messias humilde e manso, montado em um simples jumento, cumprindo a profecia de Zacarias (9, 9): “Dance de alegria, cidade de Sião; grite de alegria, cidade de Jerusalém, pois agora o seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento”.

A procissão com os ramos demonstra o júbilo, a alegria que antecipa a páscoa. É uma procissão em honra ao Messias, o escolhido do Pai para nos salvar. Jesus se dirige para a cidade santa, Jerusalém, e nela entra triunfalmente. Porém ali ele vai realizar a sua páscoa (=passagem) de morte e ressurreição. Nós reconhecemos este mistério que carrega Jesus e manifestamos nosso louvor e fé. “Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” É a aclamação que fazemos em cada celebração eucarística, aguardando a chegada de Cristo na consagração eucarística. No domingo de ramos, através da procissão, a Igreja, povo de Deus, sai ao encontro de Jesus Cristo para uma saudação especial.

Jesus abraça a cruz num gesto de obediência ao Pai e de solidariedade com a humanidade. O caminho escolhido por Jesus contrasta com tudo o que se espera de Deus: Ele não escolhe a força e a riqueza, mas a fraqueza e a pobreza. O sentido da celebração de hoje já está presente na introdução que antecede a procissão: “Durante as cinco semanas da Quaresma, preparamos os nossos corações pela oração, penitência e caridade. Hoje aqui nos reunimos e vamos iniciar com toda a Igreja, a celebração da Páscoa de nosso Senhor. Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida.”.

Somente através da fé somos capazes de compreender a onipotência de Deus na impotência da cruz. É um gesto supremo do amor de Jesus ao Pai que o leva a assumir livremente o projeto do Pai de salvar a humanidade passando pelo martírio da cruz.

Jesus nos convida a segui-lo de perto, tomar sobre os ombros a cruz sem medo de compartilhar o mesmo destino. Afinal tantos irmãos e irmãs continuam pregados na cruz ainda hoje sem a esperança da Ressurreição. Nós sabemos que Ele ressuscitará e vamos ressuscitar com Ele na Vigília da Páscoa. Este é o mistério pascal de Jesus: paixão, morte e ressurreição. Seguir Jesus é acreditar que podemos construir um mundo mais justo e mais humano. Sofrer por um mundo mais digno vale a pena.

Neste domingo acontece em todas as paróquias e comunidades a Coleta da Solidariedade como gesto concreto da Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e políticas públicas”. “Serás libertado pelo direito e a justiça”. Os recursos arrecadados constituem os Fundos Nacional e Diocesano de Solidariedade, sendo que 60% da coleta permanecem na diocese, constituindo o Fundo Diocesano de Solidariedade, e 40% são destinados para o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). É uma maneira concreta de ajudar as pessoas a viver com mais dignidade.

 

Dom João Carlos Seneme é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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