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Elio Migliorança

LERNISTA DE CARTEIRINHA

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Dias atrás, os dois principais candidatos ao Governo do Estado fizeram declaração pública para dizer ao eleitorado que nenhum era “Lernista” e não tinham o apoio do ex-governador. A declaração provocou uma resposta de Jaime Lerner, o qual disse que, se necessário, assinaria um atestado de “não lernistas” aos dois e que poderiam apanhar o atestado na chapelaria. O termo chapelaria foi usado porque certamente o chapéu de Curitiba fornecerá muitos votos a ambos. Ao contrário dos candidatos, declaro-me “Lernista”. Conhecido no mundo inteiro pelas ideias criativas na área de urbanismo, fez de Curitiba uma referência mundial nesta e em outras áreas. Três vezes prefeito de Curitiba e duas vezes governador, é a prova da inteligência do povo do Paraná. Como prefeito planejou e construiu a cidade industrial de Curitiba, cuja arrecadação de ICMS beneficia todos os municípios do Estado. Ao assumir o governo estadual, o Paraná não produzia um único automóvel. Hoje somos o 2º polo automobilístico do país, sendo que a exportação de automóveis concorre em valores com a produção agropecuária, historicamente a única fonte de exportação do Estado. As montadoras geraram milhares de empregos, e atraíram para o Estado centenas de empresas que produzem componentes de automóveis, gerando mais empregos e arrecadação.
Na área do magistério, é bom lembrar que a hora-atividade, aulas que o professor recebe, mas utiliza para planejamento e correção de trabalhos escolares, foi criada e implantada no governo Lerner, bem como a remuneração pela pós-graduação. O sistema de transporte público de Curitiba foi copiado até pela cidade de Nova York, nos EUA, além de outras dezenas de cidades pelo mundo. O projeto das vilas rurais, outra ideia inteligente, depois abandonada por aqui, é referência na Bahia, onde núcleos idênticos recebem o nome de Agrovilas.
A patrulha rural criada na época tinha varrido do mapa os criminosos que aterrorizavam as propriedades rurais na região do Lago de Itaipu. Seu único pecado pode ter sido o pedágio, cujo erro está não exatamente no pedágio, mas no fato de recolhermos muitos impostos destinados à conservação das rodovias, impostos que não são aplicados nas rodovias, mas desviados para outros fins. Assim o usuário paga de novo no pedágio pela obra que já pagou no imposto. Se os impostos já existentes para tal fossem extintos, o pedágio seria o mais justo, porque paga quem usa. Jaime Lerner na verdade criou uma infraestrutura que sustenta o Estado, dando a chance ao fanfarrão Requião de eleger-se com o “abaixa ou acaba” e com maior arrecadação podia até distribuir leite para as crianças.
A revista americana “Times” listou recentemente as 25 pessoas mais influentes do mundo na categoria pensadores. Jaime Lerner é o único brasileiro a compor a lista. Está em 16º lugar, em 11º lugar está Steve Jobs, fundador da Apple e em 25º está Sonia Sotomayor, juíza da Suprema Corte dos EUA. Ganhe quem ganhar, o futuro do Estado está garantido com os recursos da industrialização, idealizada e plantada por Jaime Lerner. Inteligência é para quem tem.

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