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Arno Kunzler

Limão em limonada

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O Brasil precisa um pouco mais de racionalidade e menos radicalismos políticos.

Temos que ter oposição e situação aos governos e não alinhados, apadrinhados e excluídos.

O Brasil não pode ser governado pela direita e nem pela esquerda, precisa ser governado por pessoas de bom senso.

O desemprego, a fome, a falta de vagas nos hospitais e falta de oportunidades nas escolas públicas e no trabalho não têm doutrina partidária.

São um mal por si só e precisam ser resolvidos da forma mais eficiente, e não da forma mais eloquente.

Não há regime que dê certo oferecendo mais do que produz, prometendo o que não tem, distribuindo o que ainda não arrecadou.

Nenhum professor catedrático vai nos convencer que a miséria é por causa da direita ou da esquerda.

A miséria é fruto de maus governos que acreditam em utopias ou são mal intencionados mesmo.

Assim, podemos concluir da forma como quisermos. O Brasil já experimentou várias formas e é possível extrair dessas experiências, com um mínimo de bom senso, valiosas lições.

Assim, me alegra ver que em São Paulo, no último fim de semana, durante um festival de “coxinhas”, essas de comer mesmo, um ideia criativa encontrou eco para desmistificar a excessiva politização de tudo.

Quando o PT apelidou os que foram protestar contra o governo Dilma de “coxinhas”, minimizando sua legitimidade e talvez seu ideal em lutar por um Brasil melhor, seus adversários passaram a chamar os que foram protestar a favor, de mortadela com pão, numa alusão de que estavam ali por causa do lanche.

Talvez nenhuma nem outra fosse a expressão do verdadeiro sentimento.

Agora, durante o dito festival em São Paulo, um bem-humorado cidadão resolveu apresentar a coxinha com mortadela.

Para quem foi experimentar, além do sabor disse que a “coxinha” vai pegar.

Pelo menos naquele momento de descontração as pessoas comeram e gostaram da iguaria.

Bem que poderíamos misturar os coxinhas com a mortadela na política e lutarmos juntos pelas coisas que acreditamos.

Tenho certeza que de nenhum lado se tem a falsa ideia de que bandido que desviou dinheiro público não deva ser exemplarmente punido. Seja ele de que partido for.

O que custamos a acreditar é que do “nosso lado”, do nosso partido, as pessoas fazem isso.

E aí vem a ingenuidade ou a falta de seriedade com que nos pronunciamos politicamente.

Se somos contra corrupção, temos que ser contra a corrupção e não contra determinados corruptos.

Se somos a favor da democracia, temos que acreditar na liberdade do cidadão, na liberdade de expressão e no direito ao contraditório.

Assim, a coxinha com mortadela simboliza bem o que precisamos na política: MISTURA.

Falta misturar quem acredita nas mesmas coisas, ainda que de formas e por caminhos diferentes.

É preciso lutar juntos, e não separados, pelas coisas que acreditamos e, queria ou não, acreditamos nas mesmas coisas.

Queremos política austera por parte do Poder Público.

Queremos profissionalismo na gestão das empresas e nas repartições públicas.

Queremos distribuição de renda, fruto do trabalho de cada um.

Queremos oportunidades para crescer, seja na educação, seja no empreendedorismo, seja como servidores públicos ou trabalhadores da iniciativa privada.

Queremos um Brasil que cobra impostos de todos, mas também retribui oferecendo serviços e infraestrutura para todos.

Queremos que o povo brasileiro seja tolerante com as suas diferenças e acolha todos que aqui vieram para fazer parte dessa grande NAÇÃO.

É isso, misturar coxinha com mortadela e a vida vai ficar mais bonita pra todos.

 

jornalista e diretor do Jornal O Presente

arno@opresenre.com.br

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