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Editorial

Muitas perguntas, poucas respostas

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Há meses, quando começamos a ouvir falar do novo coronavírus, tudo parecia distante e algo sem muita importância, que não chegaria ou afetaria a nossa realidade.

Todavia, os casos foram crescendo mundo afora e começaram a chamar a atenção. As cenas da Itália compartilhadas pela TV impactaram profundamente e não demorou para que as milhares de mortes em diferentes países tivessem reflexo no Brasil.

Os casos suspeitos passaram a aumentar dia a dia no país e os exames começaram a confirmar mais e mais brasileiros infetados com o vírus da Covid-19.

Dali para agora foi um pulo e até hoje tentamos entender de fato o que está acontecendo. Algo que jamais imaginamos povoa nossa mente incessantemente e não sabemos como lidar com essa situação.

Gestores municipais e estaduais têm vivido um dilema nos últimos dias. De um lado profissionais de Saúde defendem o isolamento social como forma de conter o avanço do coronavírus. No entanto, o fechamento de empresas fez a economia parar e, como consequência, ocasiona desemprego e falta de renda.

Os prestadores de serviços e o comércio em geral retomam hoje (31) as atividades habituais em Marechal Cândido Rondon, após dez dias de portas fechadas. Quem um dia imaginou que isso aconteceria?

Uma reação em cadeia que simplesmente deixou muita gente sem reação. Da mesma forma, tudo parece ter virado um campo de guerra.

Empresários, comerciantes e industriais, todos querem voltar a trabalhar para honrar suas contas. Falam em dificuldades, prejuízos, queda nas vendas, demissões e ações para manter o quadro de funcionários. E é verdade e preocupante.

Por outro lado, muitas pessoas querem ficar em casa para proteger seus entes queridos do vírus. Querem cuidar do filho que tem uma doença respiratória, dos avós que estão em idade avançada e dos pais, muitas vezes, que se mostram resistentes a medidas de prevenção.

Nem por isso, de um lado, se tratam de genocidas que querem matar todo mundo colocando o lucro acima de tudo, nem, de outro lado, de preguiçosos que querem ficar de pernas para o ar em casa. Há, tão somente, os dois lados, e cada um com suas razões, muitas vezes incompreendidas pelo outro. Por isso não é fácil de equacionar essa conta.

Piorou ainda mais, nos últimos dias, com a politização do assunto.

Nem o governo federal consegue se definir e dar exemplo. O ministro da Saúde tem uma postura, o presidente Jair Bolsonaro tem outra, que foge totalmente das declarações e pedidos de Luiz Henrique Mandetta, e assim seguem os dias.

Estamos endoidecidos, entristecidos, sem saber como será o amanhã.

São muitas as perguntas: vamos perder entes queridos, vamos morrer, vamos perder nossos empregos, vamos ter dinheiro para honrar compromissos?

São poucas as respostas…

O tempo pede ação, sim! Mas também pede calma. Não é questão de certos ou errados. Quem sabe mais para a frente poderemos afirmar quem de fato errou, quem de fato acertou. Por enquanto são incógnitas.

É difícil ver o Brasil inteiro nesta situação. Pedir “acalmem-se” parece algo inconcebível neste momento.

Contudo, apesar da tormenta, precisamos focar nossa mente no que é positivo. Em poucos dias, que de fato parecem uma eternidade, as coisas vão acontecer, seja com a reabertura de comércios, seja com a chegada mais significativa do coronavírus. Aos poucos, teremos que conviver, quem sabe, com extremos. Ainda assim, poderemos dar a volta por cima de alguma forma.

O amor, a empatia, a solidariedade, a união, a fraternidade e a fé podem vencer o medo e ajudar a encarar os dias difíceis que estamos tendo e ainda teremos pela frente.

Que nossas autoridades competentes tenham sabedoria para optar pelo melhor, e logo. É uma situação difícil, mas decisões precisam ser tomadas. E que todos aprendam, de alguma forma, a lidar com o inesperado e tirem lições do que estamos vivendo.

Os reflexos negativos serão inevitáveis, num primeiro momento. Todos vão sofrer de alguma maneira, seja empregado, seja empregador, em mais ou menos proporções. Mas que o respeito e, acima de tudo, a esperança não deixem de nos acompanhar. Dias melhores virão, sim. Vamos acreditar.

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