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Editorial

Não é só pedalar

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Nem o IBGE, nem a Polícia Militar, nem o Detran, nem a Secretaria Municipal de Segurança e Trânsito, nem mesmo o Google sabe ao certo, mas estima-se que Marechal Cândido Rondon tenha cerca de 50 mil bicicletas em circulação. Este veículo – sim, é um veículo – faz parte do cotidiano do rondonense, que o utiliza para fins diversos, que vão desde a execução de funções básicas, como ir ao trabalho, à escola ou à padaria, ou trabalhar, passando pelo lazer até chegar à prática esportiva de alto rendimento.

De fato, é difícil encontrar uma residência na cidade que não tenha uma magrela estacionada. A geografia do município oferece plenas condições para seu uso, com grandes áreas planas e poucas elevações acentuadas. Como resultado dessa soma de muitas bicicletas com um cenário favorável, elas invadem as ruas da cidade todos os dias. Entre carros, motos, pedestres e caminhões, compõem o denso trânsito do centro e bairros, diluindo engarrafamentos, transportando pessoas e ajudando muita gente a ganhar a vida.

Como tudo na vida tem um porém, as consequências de seu uso intensivo a massivo são quedas, colisões e uma boa dose de barbeiragem por parte de seus condutores. Os ciclistas são os mais sensíveis atores do trânsito que conduzem um veículo. Motociclistas e motoristas precisam ser cautelosos e resguardar essa parte mais frágil das ruas da cidade, obedecendo as leis que procuram dar guarida aos ciclistas. No entanto, os ciclistas também precisam fazer a sua parte, pois não são intocáveis, tampouco donos do pedaço.

Não é só pedalar! Quando alguém sobe em uma bike, precisa estar atento e cumprir todas as leis de trânsito, saber quando parar e por onde trafegar, saber esperar e acelerar. Olhar para os lados, tirar o fone de ouvido, respeitar o pedestre e ter noção de que é mais um senhor do trânsito são ações básicas sobre uma bicicleta. Sem contar os “pequenos detalhes” de segurança que são comumente negligenciados, como o capacete.

Não é difícil ver algum ciclista fazendo caquinha no trânsito de Marechal Cândido Rondon. Cortam a frente dos carros, conduzem na contramão, passeiam acelerados pelas calçadas mesmo na presença de ciclovias, cruzam ruas sem olhar o trânsito. A parte mais fraca das ruas também tem culpa no cartório. É preciso que o ciclista tenha mais consciência toda vez que inicia uma pedalada. Do começo ao fim do percurso, o ciclista é um ator do trânsito, portanto deve se portar como tal, respeitando as leis e as pessoas.

As magrelas vieram para ficar em Marechal Cândido Rondon. Isso é muito positivo para a saúde das pessoas, para o trânsito, para o meio ambiente e para a diversão. Estão enraizadas na cidade, levando e trazendo pessoas, negócios, motivos, razões, sonhos. Trata-se de um excelente meio de transporte, cada vez mais atual e atualizado, mas deve ser usado com responsabilidade, comedimento e atenção. Não é só pedalar. Ser ciclista é fazer parte de um todo.

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