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Elio Migliorança

Não, não e não

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Acaba de ser aprovada pelo do Congresso Nacional a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), cujo objetivo é apontar as prioridades do governo para o próximo ano. Receitas e despesas do orçamento anual do governo federal precisam obedecer o que foi aprovado na LDO. 

Muitos brasileiros nunca tinham ouvido falar desta lei, mas como ela revelou um escândalo vergonhoso, tornou-se tema de debate nos meios de comunicação e em todos os quadrantes do Brasil.

O escândalo foi o aumento do “Fundão Eleitoral” de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões. Um verdadeiro crime contra a economia popular, pois vivemos um período de crise nunca visto na história do país, com o desemprego aumentando e a falta de vacinas sacrificando preciosas vidas que podiam ter sido salvas se a vacina tivesse chegado antes. E o mais incrível foi o que os deputados e senadores responderam quando perguntados sobre a aprovação do vergonhoso aumento.

Questionados, as respostas foram simplesmente não, não e não. Ninguém estava de acordo com o aumento, mas no painel de votação se verificou que a maioria votou a favor. Na calada da noite, a maioria votou “sim” e para a população esta maioria, na maior cara de pau, respondeu não ser a favor.

Agora está nas mãos do presidente da República a decisão de sancionar ou vetar o projeto. Está cheirando a coisa combinada, tipo aquela história do bode fedorento na sala.

Nós colocamos o bode lá e depois da revolta daremos um bom banho nele para feder menos e todos vão nos agradecer pela gentileza.

O presidente está sinalizando que poderá vetar em parte o projeto, fixando o fundão em R$ 4 bilhões. Assim o bode fede menos.

A carga tributária está insuportável. Estamos trabalhando mais de cinco meses por ano só para pagar impostos e agora ainda temos que arcar com este assalto ao nosso bolso para pagar a campanha daqueles que depois vão nos assaltar de novo.

Se há tanto dinheiro sobrando, por que não pagar as termoelétricas e assim livrar os consumidores do pagamento da bandeira vermelha na fatura de energia?

E por falar em energia, a outra bomba a explodir sobre nossa cabeça é o aquecimento global. Quando as autoridades são indagadas sobre o tema, a ladainha se repete: não, não e não.

O aquecimento global não existe, é coisa de eco chatos, mas os fatos desmentem estas negações e o que temos visto nos últimos dias é assustador.

Na província de Henan, na China, choveu em dois dias a chuva de um ano. Segundo meteorologistas, foi a mais forte chuva em mil anos.

As imagens da destruição pelas enchentes na Alemanha e Bélgica parecem tiradas de um filme de terror, tal o grau de destruição.

No Paraná estamos atravessando a maior crise hídrica dos últimos 100 anos, e enquanto escrevo este artigo está prevista a maior onda de frio dos últimos 60 anos.

Enquanto tudo isso acontece, nossos políticos e governantes continuam dando as costas ao bom senso e com seu rosário de “nãos” abandonam a população à sua própria sorte e retiram o dinheiro de setores vitais para financiar suas campanhas políticas. Tudo isso precisa ficar registrado para que na próxima eleição o troco seja dado.

A renovação havida no Congresso Nacional na última eleição prometia uma postura diferente. Não aconteceu. A piada da semana é: Ciro Nogueira assume a Casa Civil e, pasmem, a mãe dele assume a vaga no Senado.

 

 

O autor é empresário rural, professor aposentado e ex-prefeito de Nova Santa Rosa

miglioranza@opcaonet.com.br

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