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Elio Migliorança

NÃO TEM ALMOÇO GRÁTIS

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Está em fase de estruturação o novo governo, cuja maior novidade são os velhos nomes que já fazem parte da política nacional desde o século passado, tão velhos e enrolados que um já caiu; é o risco ao nomear parlamentares. E com os velhos nomes estão em debate velhos temas que ninguém consegue resolver.

O impeachment não incendiou o país como previam os catastrofistas, apenas o Movimento dos Sem Terra (MST) insiste em agir fora da lei, infernizando a vida das pessoas; é urgente fazê-los respeitar a lei e a ordem.

Além da situação caótica da economia, outro tema em debate é tão velho quanto os nomes dos ministros do governo Temer: a reforma da previdência social. Uma das soluções apresentada é a idade mínima para aposentadoria. Em minha opinião, este não é o maior problema da Previdência. Mesmo que fixassem a idade mínima para a aposentadoria aos 90 anos, se o sistema continuar administrado como vinha sendo nas últimas décadas vai se agravar cada vez mais. O problema maior é o governo. Ele nomeia os administradores do sistema, os órgãos do governo fiscalizam, o governo, na maioria das vezes, não paga o que deve à previdência e, para piorar ainda mais, concede aposentadoria a quem nunca contribuiu e quando há superávit utiliza este dinheiro para tapar furos no caixa do próprio governo. Concede aposentadorias milionárias a políticos e servidores, incorporando abonos e gratificações acima do teto constitucional. Como não tem almoço grátis, toda esta farra com o dinheiro da previdência será paga por aqueles que trabalham e produzem. O sistema de fiscalização é falho, milhares de brasiguaios que nunca contribuíram conseguem aqui aposentadoria por idade, e os corruptos do sistema, mesmo quando identificados, não devolvem o que foi roubado. A solução é a mudança de mentalidade e de gestão do próprio governo, portanto de cima para baixo.

Alguns ministros pareciam ter bebido antes da posse, pois passaram a dar declarações a torto e a direito e logo em seguida a desmenti-las por conta da repercussão negativa quando publicadas. Incorporar ministérios e manter a estrutura intacta não resolve o problema do déficit. A solução é a extinção de milhares de cargos de confiança que foram criados para acomodar companheiros e assemelhados. A extinção e depois a recriação do Ministério da Cultura parecia uma daquelas pegadinhas bem armadas só pra divertir a plateia. Manter o Ministério não é o problema, problema é o dinheiro público distribuído a sanguessugas que vagabundeiam pelo mundo e pagar para que elogiem o governo.

O novo ministério é uma espécie de Arca de Noé, onde entraram todas as espécies, de investigados na Operação Lava Jato a ex-inimigos e herdeiros de oligarquias centenárias da política nacional; é a estratégia para garantir que o impeachment seja consolidado e efetivar o provisório Sr. Temer. Esperamos que após a “solução final”, quando o Senado aprovar o afastamento definitivo de Dilma, sejam tomadas medidas saneadoras, em que a redução de despesas seja a principal estratégia do plano, pois com aumento de impostos o brasileiro já foi castigado muito além do que pode suportar. E não tendo almoço grátis; na maioria das vezes pagamos a conta mesmo sem almoçar.

 

 

Professor em Nova Santa Rosa

miglioranza@opcaonet.com.br

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