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Silvana Nardello Nasihgil

Ninguém tem que consertar ninguém

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Quando entendemos que uma relação é feita de duas partes, que cada um precisa ser responsável pelas suas palavras, atitudes e expectativas, começamos, então, a entender a realidade de uma relação verdadeira e saudável.

Ninguém tem que consertar ninguém.

Ninguém tem o direito de exigir que o outro mude a vida, que seja do seu jeito, que desconfigure a própria essência para caber na sua vida e satisfazer as suas íntimas expectativas.

Pessoas adultas se encontram construídas, com qualidades e defeitos. Já vêm com uma bagagem de vida da qual pouco se conhece. Resolvem caminhar lado a lado. Tudo parece perfeito, mas depois de um tempo as qualidades deixam de ser vistas, exaltadas e como um peneirar da vida sobram só queixas.

Muitas pessoas experimentam esse processo e não se dão conta de que é possível fazer adaptações sem se descaracterizarem, sem sofrimentos emocionais, psíquicos e físicos. É possível fazer acordos e com serenidade buscarem um equilíbrio. Essa é a atitude dos sensatos, dos que entendem que as pessoas são diferentes e respeitam essas diferenças.

Muitos creem que o outro precisa mudar. Exigem, exigem e exigem, colocam o outro em uma vida de angústias, fora da própria realidade, esgotando as suas forças e criando um sofrimento íntimo imensurável e sem futuro algum.

O mundo está cheio de gente que fala de amor, diz amar e quer por toda força caber em uma relação do seu jeito. Sem respeitar a individualidade do outro vai seguindo, sofrendo e condenando o outro a humilhações e prisões emocionais sem-fim. São pessoas que andam em círculo e só tomarão consciência quando o que poderia ser uma relação incrível, ruir.

Cada um é do seu jeito e ninguém está obrigado a viver com ninguém. Se aquilo que o outro é, o jeito que ele processa a vida não serve, não adianta ficar insistido.

Isso cansa. Cansa quem espera preso no seu egoísmo e desconstrói aquele que, muitas vezes, se perde de si, dando e cedendo além daquilo que possui.

Esse tipo de relação é perversa e esse tipo de “amor” ninguém precisa receber.

Isso serve para todos nós, homens e mulheres.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

 

 

 

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