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Dom João Carlos Seneme

No mundo passareis por tribulações, mas tende confiança, Eu venci o mundo

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Estamos no final do Ano Litúrgico. Em situações de crise e sofrimento, o povo de Israel relatava os acontecimentos usando uma linguagem apocalíptica: chegada do Messias, a intervenção de Deus na História, o fim do mundo, a era definitiva, a paz para Israel e o mundo inteiro.  Para revelar o sentimento do povo são utilizadas imagens que descrevem o “fim do mundo”: esperavam-se abalos sísmicos e outros fenômenos terríveis, quando Deus interviesse, definitivamente, na História.

Jesus sublinha a razão de sua missão. O fim de tudo está perto. O Pai enviou o Filho para anunciar a boa nova e repatriar as ovelhas perdidas da casa de Israel que permaneceram fiéis apesar dos desafios da fé. Ele as reunirá em um só rebanho e as reconduzirá ao Pai antes que tudo termine. Todo aquele que acredita na mensagem de Jesus e o segue de perto será salvo quando ele retornar em sua glória. Suas palavras querem estimular a vigilância e a preparação para este dia.  Os discípulos de Jesus têm a esperança e a certeza de que tudo passa menos a palavra de Deus que é definitiva e decisiva.

O contexto em que foi escrito o Evangelho, 40 anos depois da morte e ressurreição de Jesus, revela uma comunidade que viveu em um tempo de turbulência e provavelmente se perguntou se o retorno de Jesus estava próximo, mas o Evangelho adverte contra a procura de datas e tempos precisos. Jesus, em vez disso, chama a atenção de seus discípulos para os sinais que revelam sua presença. Ele usa o exemplo do crescimento da figueira para descrever esses sinais. Na primavera, a maioria das árvores na terra natal de Jesus é sempre verde, mas o figo cresce e perde suas folhas. Os agricultores sabiam que a primavera estava próxima quando viam a mudança nos galhos da figueira. Da mesma forma, os discípulos deveriam prestar atenção no que acontecia ao seu redor, e perceber o anúncio da chegada de Jesus. Uma tarefa essencial do discípulo, daquele tempo e hoje, é prestar atenção nos “sinais dos tempos”, que revelam que Jesus continua agindo e que sua salvação está próxima.

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão. Só Deus sabe o dia e a hora”. Tudo o mais pode perder seu valor menos as palavras de Jesus. Neste contexto, temos a certeza que Jesus voltará e espera de cada um de nós, nos mantermos vigilantes e preparados para acolhê-lo, através de ações concretas de acolhida, amor, fraternidade. O amor será o critério do juízo final. A comunhão definitiva com o Pai é o destino último do cristão. O discípulo missionário espera e se orienta pelas palavras de Jesus para evitar tropeços e reveses.

O ser humano precisa da esperança para viver, a nossa se encontra em Jesus Cristo e em suas palavras que são eternas. O nosso destino é experimentar a ressurreição garantida por Jesus Cristo onde viveremos para sempre. “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”

 

Dom João Carlos Seneme é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

 

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