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Tarcísio Vanderlinde

Nos caminhos da arqueologia bíblica

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A cada semana se descobrem vestígios arqueológicos que emitem novas luzes sobre os textos bíblicos. Chama atenção uma interessante escavação conduzida pela equipe da arqueóloga mexicana, Marcela Zapata Meza, em Magdala, local de um antigo povoado de pescadores às margens do mar da Galileia.

A escavação localizou uma sinagoga datada do período de Jesus Cristo. Como o local era caminho entre Nazaré e Cafarnaum, não é exagero pensar que Jesus poderia ter participado ali de reuniões. O local pode ser visitado e fica entre a atual cidade de Tiberíades e as ruínas de Cafarnaum.

Tenho um amigo no Facebook que é arqueólogo e guia de visitantes na Terra Santa. Ele posta com frequência informações arqueológicas atualizadas sobre a Terra Santa. Com passagem pela Israel Antiquities Authority, o arqueólogo tem realizado escavações nos arredores de Jerusalém que identificaram modos de vida ainda da época de Abraão.

Cabe também destacar o trabalho do teólogo e arqueólogo brasileiro Rodrigo Silva sobre a popularização dos resultados das pesquisas arqueológicas realizadas na terra onde Jesus andou. Silva se especializou no assunto em Israel e desenvolveu trabalhos científicos com foco na arqueologia bíblica em outros países. Parte de suas sistematizações foram publicadas no livro “Escavando a verdade”. Silva mantém programa voltado à arqueologia bíblica pela TV Novo Tempo, de orientação teológica adventista. Suas abordagens sobre arqueologia costumam ser muito qualificadas.

É interessante destacar que parte da arqueologia bíblica pode hoje ser feita em museus europeus, como Londres, Paris, Berlim e Roma. Museus destas cidades guardam acervo de escavações feitas ainda nos séculos XVIII e XIX, período em que o deslocamento de artefatos históricos encontrados era pouco controlado. Ao visitar Londres ou Berlim, por exemplo, o interessado pode fazer incursões pelo antigo Oriente Médio ou pelo Egito dos faraós.

A famosa Pedra de Roseta, encontrada no Egito e decifrada pelo estudioso e poliglota francês Jean-François Champollion, se encontra hoje no Museu Britânico de Londres. O que esta pedra tem de tão especial? Trata-se de uma placa de basalto trilíngue, uma espécie de cápsula do tempo escrita em hieróglifo, demótico e grego.

Champollion matou a charada ao descobrir que se tratava da mesma mensagem escrita nos três idiomas. Com a chave, pôde avançar na decifração dos hieróglifos, a escrita mais difícil. Na opinião de Rodrigo Silva, a Pedra de Roseta pode ser considerada o achado que estabeleceu o marco histórico da moderna arqueologia bíblica.

 

O autor é professor sênior da Unioeste

tarcisiovanderlinde@gmail.com

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