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Editorial

Novas ideias para um velho problema

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Um plano genial e audacioso está sendo costurado em favor dos motoristas de todo o Brasil que usam as rodovias do Paraná. Capitaneado pelo Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e pelas poderosas cooperativas instaladas no Oeste, um grupo de lideranças deu mais um passo para criar uma empresa que tem um objetivo central: promover a livre concorrência para reduzir substancialmente o preço do pedágio nas praças, que são os mais caros do país.

Nesta semana, lideranças da região deram mais um passo rumo à formação da empresa para disputar a licitação de rodovias pedagiadas na nova concessão que terá edital aberto nos próximos meses. Em reunião do POD, foram definidas as próximas ações para a efetivação do consórcio.

As lideranças garantem que o propósito essencial é construir uma união entre cooperativas, indústrias e o comércio para assumir as rodovias e instituir preço justo dos pedágios e qualidade das vias. Ainda é preciso se aprofundar em torno das condições técnicas e financeiras para atuar na licitação.

É fato que o setor produtivo não suporta mais pagar tarifas altíssimas, que oneram os custos e reduzem a competitividade de tantos produtos, com destaque para o agronegócio. Boa parte do que se produz aqui vai para todos os centros de consumo no Brasil. Outra parte importante chega até o Porto de Paranaguá, de onde é destinada a mais de 160 países ao redor do mundo. Não sem antes o transportador pagar mais de R$ 1 mil por viagem só para rodar pouco mais de 600 quilômetros.

As rodovias pedagiadas no Estado, no longínquo ano de 1997, foram talvez o negócio mais malsucedido que o Governo do Paraná fez na história, pois atingiram em cheio milhões de pessoas. Com prazos estendidos para realização de obras, preços notadamente abusivos, poucas obras e muitos, mas muitos aditivos que só pioraram a situação. Em todo esse tempo, um “assalto” a cada parada na cancela.

O brasileiro paga alguns dos mais altos impostos do mundo, mesmo assim, precisar pagar plano de saúde para ter saúde, empresa de segurança para ter segurança, educação privada para ter educação de melhor qualidade, pedágio para ter infraestrutura nas rodovias. Mas o cidadão pode encarar o SUS, pode viver com a segurança da polícia, pode estudar em escola pública. Do contrário, não há alternativas aos pedágios. Se o empresário, o viajante, o turista precisa se descolar, vai ser por essas rodovias. Se não há opções, ou se as opções são inviáveis, pelo menos que sejam cobrados preços justos.

Um capítulo lamentável da história paranaense está chegando ao seu merecido fim. As concessões das rodovias devem, a partir de agora, priorizar os motoristas, não um grupo de empresários. No ano que vem, que já está logo ali, a licitação para ter os direitos de exploração das rodovias vai, se tudo der certo, começar a apagar um erro grave e, por muitos, subestimado. São 23 anos de exploração que jamais serão esquecidos. E, como todo bom erro, jamais deve ser repetido.

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