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Arno Kunzler

Novos prefeitos – novas ideias

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Aos poucos as pessoas vão se dando conta da impressionante mudança que aconteceu nas prefeituras da região, em sua grande maioria, nas últimas eleições para prefeito.
Com raras exceções, às vezes até por falta de opção mesmo, os eleitores colocaram no comando de municípios importantes pessoas jovens ou pessoas novas na política.
Os casos mais emblemáticos são os dos municípios de Quatro Pontes, Maripá, Palotina, Nova Santa Rosa e Assis Chateaubriand, onde prefeitos com pouco mais de 30 anos foram eleitos.
Somam-se a esses, Mercedes, Entre Rios do Oeste, Santa Helena e São Miguel do Iguaçu, onde os eleitos não são propriamente estreantes ou tão jovens, mas também representam uma nova geração de homens e mulheres que passam a comandar os destinos dos seus municípios.
Ainda que não se possa dizer nada contra a eleição de um político mais velho, que já ocupou muitos cargos e nem por isso necessariamente seja melhor ou pior, é uma sinalização do eleitor que deseja algo diferente do que está vendo acontecer.
Talvez algo diferente na postura política, nas ações ou apenas propriamente dito uma mudança de nomes, renovação mesmo.
Se os políticos souberem fazer a leitura correta dessa importante revelação das urnas, talvez errem menos nas próximas campanhas.
O fato é que as pessoas cansam, os eleitores cansam das mesmas conversas, dos mesmos discursos, dos mesmos argumentos para dizer que isso não pode e que aquilo pode.
É bom que nossos deputados prestem atenção, porque se o eleitor escolheu gente nova para representá-los no comando dos municípios, talvez queira renovar as ideias daqueles que deseja como representantes na Assembleia e no Congresso Nacional.
E aqui não se trata de achar que alguém que está no seu quinto, sexto ou sétimo mandato não esteja trabalhando, se não estivesse não teria jamais conseguido tantas reeleições.
A questão é que o eleitor tem suas vontades e desenvolve desejos próprios, renova suas esperanças e é bom prestar atenção nessas tendências, pois elas costumam se replicar.
Percebe-se claramente entre os novos prefeitos, de forma até mais vigorosa e determinada, que os municípios querem ampliar seu leque de representações.
Talvez estejamos decretando o fim das disputas polarizadas para deputados, o que requer uma nova modalidade de campanha, muito mais intensa do que onde há o ingrediente da polarização.
Os próprios governantes raramente vão optar por unir todo governo em torno de um único deputado, seja federal ou estadual.
Isso fica claro não só nas entrevistas dos prefeitos, que fazem questão de citar todos os deputados que os atendem, como nas articulações que envolvem recursos vindos do Estado ou do governo federal, sempre distribuídos de acordo com a representação partidária.
A ideia agora é quanto mais deputados se interessam pelo município, melhor, uma versão completamente diferente da anterior, onde os prefeitos tinham o “seu” deputado e o deputado, por sua vez, tinha o “seu” município.
Está surgindo um novo modelo de representação política, isso parece claro.
Como isso vai ser interpretado pelos deputados?
Provavelmente de forma extremamente negativa. As campanhas vão custar mais caro, mas essa é a nova realidade, esse é o modelo que a maioria dos atuais prefeitos defende publicamente.
Logo, contrariá-los, não parece ser uma grande ideia, pelo contrário.
Pensemos nisso…

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