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Editorial

Novos rumos

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Após a 2ª Guerra Mundial, o comércio internacional se tornou mais importante. A globalização fez as nações dependentes umas das outras. Ou seja: hoje, ninguém é autossuficiente. E manter boas relações comerciais, mas também diplomáticas, respeitando regras e valores de outros povos, faz parte de uma política sensata em qualquer nação.

Nos últimos quatro anos, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou uma gigantesca turbulência ao confrontar a China e até países aliados do bloco europeu, colocando a “América em primeiro lugar”. Saiu da Casa Branca deixando para trás um legado de discórdias e um trabalho enorme para o presidente Joe Biden arrumar.

Não é incomum ver nas redes sociais as pessoas usando seus smartphones chineses para falar mal da China, especialmente depois da pandemia. Mas esse tipo de comentário ou pensamento não pode passar para o campo das empresas e dos governos.

Para se ter ideia, a China é, disparada, o maior comprador do agronegócio brasileiro, que é o grande responsável por manter a balança comercial tupiniquim no azul. Imagine se o Brasil não vendesse para o exterior, onde colocaria 250 milhões de toneladas de grãos produzidas todos os anos?

No caminho inverso, do gigante asiático vem milhares de itens que estão no cotidiano das pessoas, de barbeadores a máquinas hospitalares, de grampos de cabelo a motores industriais. A China é o maior vendedor do mundo.

No Brasil, a indelicadeza ofertada gratuitamente para a China, por parte do governo federal, pode colocar em risco a imunização contra a Covid-19, já que é deste local que devem vir boa parte dos insumos para a produção nacional dos imunizantes.

Mas, mais que isso, manter boas relações internacionais dá às nações uma garantia mínima de prosperidade nos negócios. Nesse cenário, ideologias políticas não fazem o menor sentido. Você pode não concordar com o que se faz nesse ou naquele país, mas criar tensões por isso só vai fazer mal às nações, como Trump fez nos últimos quatro anos.

Até a Europa respirou aliviada. Lideranças do bloco suspiraram por ter, depois de quatro anos, “um amigo na Casa Branca”. Basicamente, Trump mais desagradou do que agradou. Isso porque agressividade, insultos e difamações não fazem parte de qualquer pessoa com boa educação, imagine vindas da maior potência mundial em uma sociedade extremamente globalizada.

Discursos de ódio podem até parecer sensatos por alguns momentos para quem não se conforma com esse ou aquele episódio, mas não fazem bem nenhum, para ninguém e em nenhum momento.

O Brasil precisa continuar a ser como sempre foi, amigo de todos. Não pode se dar ao luxo de renegar esse ou aquele, de deixar parceiros de lado. A via de mão dupla é uma verdade inquestionável. Se é dando que se recebe, melhor mesmo é dar, acima de tudo, respeito. Do contrário, você pode acabar sozinho, assim como Donald Trump. O mundo encontrou novos rumos.

 

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