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Arno Kunzler

O agro explodiu

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Se a estiagem continuar no Brasil e comprometer parte da safrinha (safrão) de milho, é inevitável que as indústrias do setor revejam seu plantel de suínos e aves, o que algumas, inclusive, já anunciaram.

A não ser que o Brasil consiga importar milho de algum país que tem excedente e a preços “pagáveis”.

Todavia, pelo que sabemos os estoques de milho estão ajustados em todo o mundo, razão pela qual já há uma certa especulação de preços, assim como ocorre também com a soja.

Nesses preços do milho e soja já está difícil manter os níveis de produção, se houver – como certamente haverá, caso persista a estiagem – um aumento de preço do milho e da soja nossa perspectiva de aumento de produção corre riscos.

Não é uma boa notícia para os produtores de frangos e suínos, se essa estiagem se prolongar.

Ainda não houve um prejuízo maior para a safrinha no Oeste do Paraná, mas também não há previsão de chuva para os próximos dias, o que preocupa a todos.

O mercado mundial de alimentos continua aquecido e requer aumento de produção e não redução para aliviar a pressão sobre os preços.

Mas o que na prática os frigoríficos devem estar avaliando é a redução temporária da produção de animais, ainda mais se houver redução da oferta de milho, para não haver desabastecimento de ração, o que seria trágico.

Nesse cenário o estímulo à produção agrícola continua forte. Os preços atraentes levam otimismo para quem está produzindo.

Só nos resta torcer para não faltar milho e soja e assim o Brasil continuar conquistando mercados importantes de derivados de carne e leite.

Nossa vocação agro predomina em quase todas as agendas internacionais e aumenta nossas chances de, a partir do agronegócio, desenvolver nossas cidades, aumentando a geração de empregos e renda.

O agro era uma atividade meio desprezível até algumas décadas atrás, totalmente manual, considerada poluente e pouco rentável, um setor desorganizado, que não atraía investimentos e nem recebia atenção política.

Mas no Brasil o agro experimentou um crescimento inimaginável, literalmente se equiparando ao primeiro mundo.

Podemos dizer que o agro explodiu.

Crescemos, inovamos, aumentamos a produção, cuidamos do meio ambiente, e os preços internacionais criam expectativas elevadas no Brasil.

Difícil imaginar que por falta de milho e soja nossas granjas terão que reduzir seus plantéis, ainda mais com preços tão lucrativos.

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

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