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Editorial

O boi conectado

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Falar de tudo o que acontece no Show Rural Coopavel é quase impossível.

É, sem sombra de dúvida, um dos maiores eventos do agronegócio do planeta, que de segunda-feira (03) até hoje (07) reúne, em Cascavel, dezenas de milhares de pessoas em torno do setor que mais tem contribuído para o Brasil nos últimos anos: o agronegócio. Debruçados sobre as mais inovadoras tecnologias de plantio e produção de proteína animal, alicerçados pelo conhecimento dos mais renomados pesquisadores, das gigantes nacionais e multinacionais, de tomadores de decisão e especialistas de mercado, pessoas do Brasil e do mundo têm a oportunidade de abrir a mente para o que o setor vai encarar nos próximos anos.

A pesquisa acadêmica e o desenvolvimento científico têm contribuído para que os produtores rurais produzam cada vez mais, seja carne, leite, ovos ou grãos, utilizando cada vez menos recursos, seja ração, terra ou o próprio tempo. Frangos crescem cada vez mais rápido, com qualidade e segurança cada vez mais impressionantes. Sementes superprecoces ajudam produtores do Oeste do Paraná, por exemplo, a produzir três safras em um ano. Não se trata de hormônio no frango ou veneno que faz a planta crescer mais rápido ou qualquer outra baboseira que se diz sobre o agronegócio por aí. Trata-se, sim, de pura ciência, aliada ao trabalho do produtor rural e sua notável capacidade mutável e assertiva.

Os avanços da ciência na agropecuária vão continuar por muito tempo, mas os limites começam a se estreitar de tempos em tempos. Para continuar essa escalada de produtividade, o agronegócio descobriu uma nova aliada: a era digital. A nova fronteira que o agronegócio vai cruzar para se manter robusto é a fronteira digital. O uso de sensores, câmeras, aplicativos, satélites, robôs, inteligência artificial, internet das coisas e big data é cada vez mais frequente no agronegócio. Hoje (e não é de hoje) é possível conectar o boi e a vaca, saber como sua saúde está, se o animal bebeu água o suficiente, se ficou deitado por muito tempo, se está com a temperatura neutra e até se está doente, tudo em tempo real, no celular. Se algo estiver fora de ordem, o produtor pode tomar as decisões na hora para evitar o agravo de problemas, reduzir prejuízos e, assim, produzir e lucrar mais. Aliás, os robôs já tomam a decisão pelo produtor e agem para que o produtor possa aproveitar melhor a sua vida. Não é loucura, é o futuro se desenhando à frente da humanidade. Ou há dez anos você poderia imaginar a Microsoft no Show Rural.

Pois é. Muito dessa tecnologia do que está e vai estar nas fazendas muito em breve está exposta no evento em Cascavel. Gigantes da informática e startups unidas a sementeiras e indústrias de implementos.

Nerds e agricultores familiares se misturando em fina sintonia. Os mais cascudos empresários rurais ouvindo conselhos de jovens com espinhas no rosto. O agronegócio rompeu todas as barreiras, não só demonstrou que é também urbano, como está engolindo toda e qualquer tecnologia que o faça evoluir. Não se espantem. O boi já está conectado.

 

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