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Pastor Mário Hort

O caminho de volta da geladeira para casa – 3ª parte

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É difícil voltar para casa após uma separação ou divórcio, mas há dificuldades de voltar para “casa” apesar de estar em casa.

Homens e mulheres têm dificuldades para passar por sua geladeira, pois a “geladinha” é mais importante que a família e a própria casa. A geladeira os detém como prisioneiros durante 24 horas.

Fiquei assustado com a geladeira de nossa própria casa quando pessoalmente eu cruzava, muitas vezes ao dia, meu escritório para a sala ou para algum quarto e fazia uma paradinha para tomar algum gole que me refrescava no calor intenso do Oeste do Paraná.

Mas, os meus goles de bebida da geladeira foram em sua maioria água mineral com gás, e como era gostosa essa água mineral!

Foram nesses momentos que eu calculei a diferença, caso os meus “goles” fossem de alguma bebida alcoólica. Grande terror e vergonha cairia sobre a Igreja se de repente surgisse a notícia dos constantes goles de bebidas alcoólicas de seu pastor! Foi assim que surgiu o pensamento do “Caminho de volta da geladeira para casa”.

Os jovens se perdem com a bebida que os pais trazem para o lar e os filhos tomam os primeiros goles da geladeira da própria família.

A esposa e o marido podem trazer bebidas alcoólicas para casa e ninguém sabe a quantidade que algum familiar está consumindo. De repente uma cirrose aparece e já é tarde demais. Tudo isso somente porque não conseguiram evitar a abertura da geladeira da própria casa.

A epidemia do alcoolismo que atinge multidões é a bebida alcoólica nas residências. Essa doença “caseira” matou um pastor, amigo de nossa maior consideração, e um médico, ambos muito achegados à nossa história, na Europa.

Teria sido uma de nossas maiores alegrias receber a visita do pastor, que faleceu pelo efeito da bebida de sua adega. A mesma alegria seria receber o médico que faleceu em sua própria casa, sendo encontrado morto somente alguns dias mais tarde.

Os dois foram homens de nossa mais alta estima, inclusive por seus pais honrosos da história de nossa igreja na Alemanha. E havia mais uma ligação pessoal para mim com o médico, pois durante a escrita de um tema na Alemanha recebi a notícia da morte deste por alcoolismo. Ele foi meu aluno da classe dos adolescentes durante os estudos no Seminário Teológico naquele país. 

Temos muitas preocupações com o alcoolismo em festas, clubes e barzinhos, porém multidões não acham o caminho de volta para casa por suas bebidas escondidas em casas luxuosas ou casebres.

O álcool mata evangélicos e católicos, pentecostais… por “geladinhas” que escravizam suas vítimas pelas próprias mãos.

Tudo começa na hora da compra no mercado e nos momentos de lazer. Só um “pouquinho” e do resto o demônio engarrafado se encarrega. Temos os senhores e senhoras, que já estão muito longe de casa, criticando a juventude, os filhos e netos, mas não percebem que já são dependentes alcoólicos por sua geladeira.

 

Mário Hort, o autor é pastor da Igreja de Deus no Brasil em Marechal Cândido Rondon

ecosdaliberdade@yahoo.com.br

 

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