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Pastor Mário Hort

O caminho de volta para casa 2 – 2ª parte

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Como introdução da segunda parte do tema, trazemos mais um exemplo dramático.

No Estado de Nebraska, na cidade de Omaha, Estados Unidos, residia a família de Mery, em plena paz e felicidade. Mas, certo dia, a luz da alegria transformou-se em sombras de morte, pois os pais de Mery se separaram da noite para o dia.

A razão da separação foi a traição do marido. A esposa, sabendo do fato, não quis perdoá-lo. O marido, orgulhoso, imediatamente mudou-se para Dês Moines, estabelecendo ali seu comércio, prometendo nunca mais retornar.

A mais ferida nesse desastre familiar foi a filhinha Mery. Muitas vezes ela perguntou: “Mãezinha, onde está papai, quando ele volta para casa?”. Não demorou e a pequena adoeceu. Seus lábios, antes vermelhos, agora estavam pálidos e seus olhos tristonhos.

Após vários tratamentos, o médico disse para a mãe: “Sua filha sofre de uma enfermidade que nenhuma arte humana poderá curar. Ela sofreu um abalo emocional que não conseguiu superar. Faça seus últimos dias agradáveis o quanto for possível e satisfaça todos os seus desejos”.

Como um choque elétrico, a notícia cruzou o seu corpo, mas ela voltou firme para o quarto de Mery e disse: “Filha, o médico disse que você pode pedir tudo o que deseja. E eu quero fazer tudo por você, seja qual for o seu pedido”, prometeu.

“Mãezinha, tudo mesmo?” – perguntou a menina. “Sim, filha, eu farei tudo o que você me pedir”.

“Mamãe, então eu quero o meu pai aqui junto de nós”.

No íntimo da mãe travou-se então uma grande batalha, pois por esse pedido ela não havia esperado. Mas, seu sentimento materno não conseguiu recusar à filha moribunda esse último pedido.

No dia seguinte, o pai bateu à porta da casa que em tempos passados foi a porta de sua residência. Uma enfermeira abriu e conduziu o pai para o quarto de Mery, mas neste instante a mãe saiu pela outra porta do quarto para não se encontrar com o ex-esposo.

A menina estendeu seus braços emagrecidos para abraçar o pai: “Ah, paizinho, faz tanto tempo que eu espero por você”.

E enquanto o pai expressava seu amor por sua filha, a menina notou a falta de sua mãe, que havia saído, e disse: “Onde está mamãe? Eu quero que ela venha aqui junto de mim”.

Contra sua vontade, a mãe entrou no quarto, sem olhar para o ex-marido, ajoelhou-se ao lado da cama de sua filha e perguntou: “O que posso fazer por você Mery?”.

Com os últimos esforços, sem dizer palavra alguma, a pequena tomou a mão do pai e a mão da mãe e colocou-as sobre o seu peito. O pai logo entendeu a intenção da filha e disse:

“Mulher, eu sei o que ela nos quer dizer. Ela pede que estejamos juntos novamente. Eu sei que mereço ser desprezado, mas por amor de nossa filha eu te peço, perdoa-me…”.

Alguns minutos depois a esposa disse: “Sim, queremos esquecer tudo, por amor de Mery e você será novamente meu marido”.

Depois de dizer estas palavras o pai se inclinou para beijar sua esposa. Mas o médico havia proibido emoções para a menina, o que foi esquecido neste momento de reconciliação.

A mãe, que tinha sua mão sobre o coração da filha, sentiu a falta das batidas. Mery não suportou a separação de seus pais e na alegria e felicidade do reencontro não resistiu à emoção, falecendo naquele instante.

 

Mário Hort, o autor é pastor da Igreja de Deus no Brasil em Marechal Cândido Rondon

ecosdaliberdade@yahoo.com.br

 

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