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Elio Migliorança

O FILHO ADOTIVO DO BRASIL E AS REFORMAS

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Mais um escândalo é notícia, com revelações que repetem o mesmo esquema do mensalão do PT que acabou em pizza, tendo o Presidente Lula inaugurado a estratégia do não sabia, portanto não tenho culpa. O governador do Distrito Federal é a bola da vez. Encarregou um “testa de ferro” para fazer o serviço sem suspeitar de que ele seria um dia a principal testemunha de acusação e deu no que deu, ou talvez não dê em nada como na versão petista. Nada contra o PT, porque agora temos o mensalão do DEM, que sucede ao mensalão do PSDB do Sr. Eduardo Azeredo. Talvez por ser Azeredo ou azarado não se deu tão bem quanto os petistas absolvidos. E aí entra o Presidente que em viagem pela Europa disse numa entrevista que estes problemas estão ocorrendo porque o Congresso Nacional não votou dois projetos de Reforma Política enviados pelo Governo. Como estratégia para enganar os bobos até pode funcionar, mas alguém que não consome um fardo de feno no jantar, portanto que não é jegue, percebe claramente a jogada para desviar a atenção do foco principal. No que uma reforma política ajudaria para acabar com a corrupção se as pessoas que vão aprovar a reforma e ocupar cargos são as mesmas que aí estão, autores e beneficiários de todos os esquemas de corrupção? A maioria dos atuais congressistas não estava lá quando a Constituição foi aprovada? Há uma contradição em tudo isso. O Brasil se meteu no maior “imbróglio” dos últimos tempos. Defender o deposto Presidente de Honduras Manuel Zelaya. Em princípio parecia um ato de direito. Defender a legalidade. Mas aos poucos foi sendo desvendado o mistério e a verdade apareceu. Manuel Zelaya foi deposto pela Suprema Corte porque tentou mudar a Constituição do país, que proibia a reeleição. Era uma das chamadas “cláusula pétrea”. São cláusulas imutáveis, isto é, só uma nova Constituição pode alterá-las. Então estava coberta de razão a Suprema Corte quando apeou do poder aquele que havia jurado defender a Constituição. E o Presidente Lula, na minha opinião, embarcou numa canoa furada, haja vista o resultado obtido com a hospedagem fornecida a tão incômodo inquilino. Pois agora, depois do sucesso do filme “Lula – o filho do Brasil” já está sendo preparado o próximo: “Zelaya – o filho adotivo do Brasil”. Como este filho adotivo se revelou bastardo, porque na tentativa de manipular a Constituição em benefício próprio acabou disparando contra o próprio pé, é provável que o filme faça pouco sucesso por aqui. Reforma Política? Mas o governo não está defendendo alguém que quis pisar na Constituição do país? Para começar é preciso reformar a consciência dos nossos políticos, punir exemplarmente os corruptos, fazê-los devolver o dinheiro desviado, proibir a candidatura dos políticos “ficha-suja” e finalmente fazer o que a Suprema Corte de Honduras fez: quem não respeitar a Constituição, que seja escorraçado do poder. Que dizer, por exemplo, quando um governador não cumpre um mandado judicial? Isso é respeitar a Constituição? Sem ética não haverá reforma política que dê conta dos problemas deste país.

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