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Editorial

O mundo não tem um dia sequer de sossego

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Uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia é certamente algo que ninguém quer, mas que está sendo desenhada nas últimas semanas. Entre idas e vindas, entre reuniões diplomáticas e encontros bilaterais, as coisas até pareciam que estavam esfriando, mas ontem (21), com o reconhecimento do presidente russo Vladimir Putin de áreas separatistas na Ucrânia, a coisa voltou a esquentar, a pegar fogo.

Nos últimos dias, a Otan, uma aliança militar do Atlântico Norte, começou a namorar a Ucrânia. Basicamente, a Otan é uma aliança de vários países. Se um país membro é atacado por qualquer outra nação, toda a aliança militar vai contra-atacar. Um dos problemas é que a Ucrânia faz divisa com a Rússia. Assim, os estadunidenses poderiam colocar seus mísseis nos portões da Rússia.

Uma segunda questão é que a Otan está desrespeitando tratados feitos após o fim da União Soviética. Um deles versa que a Ucrânia jamais entraria para a Otan. Com o namoro, os ânimos se exaltaram e os russos mobilizaram seus exércitos nas fronteiras da Ucrânia.

Há um terceiro ponto a ser ponderado. Na faixa Leste, os ucranianos são mais ligados à Rússia. Na parte Oeste, mais próxima à Europa, onde está a Capital, os ucranianos são mais inclinados ao Ocidente. Por isso, movimentos separatistas são comuns por lá. Sem contar a Crimeia, que foi retirada da Ucrânia e anexada à Rússia em 2014.

Os Estados Unidos, assim como países membros da Otan, já enviaram equipamentos militares para auxiliar os ucranianos em uma possível invasão russa. No entanto, deixaram bem claro que o Exército americano não vai participar diretamente de uma possível guerra.

E aqui cabe uma ressalva, como disse o próprio presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Se norte-americanos e russos começarem a atirar contra si, instala-se uma terceira guerra mundial, com a Otan de um lado e possivelmente Rússia e a China comunista de outro. Aí sim a bucha seria grande, mas é melhor nem aventar muito essa possibilidade.

Até agora, as reuniões para tentar solucionar o problema através da diplomacia falharam. Se uma invasão acontecer, a Otan já prometeu sanções duríssimas à Rússia que poderiam, em dias ou meses, causar uma catástrofe em toda a Europa e Ásia. Por exemplo, boa parte da energia consumida em países como Alemanha vem do gás natural russo. Fechar essa torneira significaria um apagão energético sem precedentes. E assim, são muitos outros exemplos do que uma guerra e as sanções subsequentes poderiam causar.

Uma guerra nunca é boa, mas ela é muito mais preocupante quando tem como protagonistas as maiores potencias bélicas do planeta trocando farpas e ameaças. O mundo está atento ao que está acontecendo entre a Europa e a Ásia. E qualquer um, em sã consciência, torce para que essa guerra nunca aconteça.

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