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Editorial

O Paraná chegou lá

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Para a maioria das pessoas o anúncio feito ontem (26) selando o Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação pode passar despercebido. Talvez muitas pessoas nem saibam do que se trata. Outras podem pensar que, como não estão ligadas ao agronegócio, isso pouco ou nada vai interferir na sua vida.

Mas basta observar o que o governador Carlos Massa Ratinho Junior disse sobre o tema para mensurar o tamanho desse ato: “Esse é o maior anúncio para o agronegócio paranaense nos últimos 50 anos”.

O novo status sanitário, concedido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), trata-se do maior nível de segurança na produção de alimentos de proteína animal que um país ou uma região pode ter.

Na prática, entende a OIE, se essa região consegue controlar a febre aftosa em bovinos, sem usar vacinas, consegue também ter o controle de inúmeras outras enfermidades que podem acometer as produções de carnes, ovos e leite, como a influenza aviária, no caso da produção de frango, e a peste suína africana, no caso da carne suína.

Mais na prática ainda, o Paraná, assim como outros Estados que conseguiram o reconhecimento, terá a possibilidade de acessar praticamente todos os mercados do mundo, dada a confiabilidade que esse selo proporciona na produção de alimentos. E ainda, mercados que pagam mais por produtos com essa origem.

Até anteontem (25) somente Santa Catarina gozava desse status. As agroindústrias de suínos do Estado vizinho, por exemplo, faturam mais que as paranaenses mesmo vendendo os “mesmos” produtos. Em outras palavras, o selo agrega valor aos produtos paranaenses, que começarão a ser mais atraentes para os grandes consumidores ao redor do mundo.

O Paraná é o maior produtor de proteína animal do Brasil. De tudo que se produz de carnes, ovos e leite no país, 22% é do Paraná. A cadeia do agro, nas indústrias, nas cidades e nas fazendas, é responsável pela renda de um contingente gigantesco de pessoas. Os tributos das boas safras e da produção agroindustrial ajudam a fazer do Paraná um dos Estados mais bem desenvolvidos. Essa conquista anunciada ontem vai melhorar ainda mais esse ambiente.

A certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação é também uma conquista para os consumidores paranaenses, pois o selo atesta que a população regional também está consumindo alimentos cada vez mais seguros, livres de toxicidades e que seguem as mais rígidas normas nacionais e internacionais e as boas práticas de produção.

O status sanitário é uma conquista ímpar não só do Paraná, mas do Brasil. Livre de algumas das principais doenças que afetam outros grandes produtores, como Estados Unidos, China e países europeus, o Brasil se destaca. Para muitas lideranças, o status sanitário é o principal diferencial no Brasil na produção de alimentos. Perdê-lo seria uma catástrofe.

Parabéns a todos os envolvidos nesse processo que durou anos, desprendeu recursos humanos e financeiros e teve, especialmente, a participação decisiva do produtor rural. É hora de colher alguns frutos, mas é hora também de bater no peito com orgulho para falar bem alto que o Paraná chegou lá.

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