Fale com a gente

Editorial

O pior da Covid

Publicado

em

Em Marechal Cândido Rondon o home office por conta da pandemia praticamente já não existe mais. As escolas estão bastante movimentadas, com alunos por todos os lados de todas as idades, se reacostumando à socialização.

O toque de recolher foi dispensado, o que significa que bares e boates podem ficar abertos durante a madrugada. Aliás, as pessoas podem ficar fora de casa o tempo que quiserem e isso, que em princípio pode parecer pouco, é uma grande conquista. Nas ruas, o movimento de carros e pessoas é intenso. Lojas, supermercados; tudo está mais movimentado.

As festas com maior número de pessoas e os eventos presenciais já dão sinais de que o pior já passou, que o Brasil, o Paraná e a região Oeste estão vencendo a batalha contra a Covid-19. Nos hospitais pelo Brasil, as unidades de terapia intensiva (UTIs) têm vagas – e que não sejam preenchidas. Nas enfermarias, da mesma forma. O sistema de saúde está menos pressionado.

Mas o pior, o pior mesmo da pandemia ainda não passou. As mortes continuam sendo contabilizadas. Em Marechal Cândido Rondon foram confirmados seis óbitos somente nesta semana. Um número que está assustando quem acompanha a queda dos índices no Brasil. Um número muito alto para um município de pouco mais de 50 mil habitantes, entre mais de 5,5 mil municípios e mais de 210 milhões de pessoas.

O pior da Covid é a morte. Você, leitor e leitora, está há mais de um ano e meio vendo as consequências dessa terrível doença. O luto das famílias que ficam, o fim de famílias inteiras que se foram, as sequelas terríveis, os dias intermináveis à espera de uma notícia boa, a exaustão dos profissionais de saúde. Tudo isso é dor e sofrimento, mas o pior ainda é para quem perde a vida. Vidas que são interrompidas precocemente.

A Covid-19 mata pessoas, mas também aniquila sonhos, destróis sentimentos, dá fim a um amor, coloca um ponto final no casamento, extingue o abraço no filho. Ela não só mata, ela interrompe.

Por mais que pareça que sim, por mais que os sinais digam que sim, a pandemia ainda não passou. Por mais que as vacinas protejam, muitos só tomaram a primeira dose, outros não tomaram nenhuma. Por mais que os abraços comecem a ser liberados, o vírus ainda circula com força. Prova é que o número de pessoas doentes tem aumentado nos últimos dias.

Um perigo, pois não é tolerável nenhuma morte. Muitas pessoas já perderam a vida, muitas famílias e amigos perderam pessoas amadas. O rastro de tristeza já é grande demais. As mortes que acontecem hoje, e já não chocam tanto, valem tanto quanto aquelas primeiras que assustaram o município, a região.

Portanto, faça apenas as coisas que você consegue fazer. Tome a vacina, informe-se, procure a segunda dose, tente manter o distanciamento social, use máscara fora de casa. Seja responsável pela sua saúde e a saúde de todos. Afinal, vidas que se perdem não voltam. Elas deixam saudade e desaparecem. O pior da Covid é a morte.

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente