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Editorial

O problema que nasceu da solução

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Cuidar do meio ambiente não é questão de moda, é questão de sustentabilidade. Essa tal sustentabilidade, que forra jornais, envolve governos e está nos livros das escolas, é, sem entrar em pormenores, a execução de atitudes que promovam o desenvolvimento econômico, social e ambiental, garantindo um cenário local, regional e mundial favorável a essa e às futuras gerações. Manter os recursos naturais do planeta e reduzir o impacto que a população causa sobre ele é mais que dever, é um alvo a ser perseguido incansável e ininterruptamente.

Em Marechal Cândido Rondon existem muitos bons exemplos de que esse cuidado com o meio ambiente é evidente, presente. A começar pelos agricultores e pecuaristas, que, mesmo sobre as mais férteis terras para a produção, resguardam cerca de 20% de suas propriedades com áreas de preservação, com mata e rios protegidos, na ampla maioria das vezes. Na cidade, o cuidado com as novas construções, que precisam destinar áreas que não impermeabilizem o solo, ajuda no abastecimento dos lençóis freáticos, garantindo aquele que seja talvez o bem mais precioso para a vida.

Nos últimos anos, o município, que, é bem verdade, estava atrasado em relação a outras cidades de mesmo porte, passou a investir acertadamente em rede coletora de esgoto. Coletar e tratar adequadamente o esgotamento sanitário das edificações comerciais e residenciais é uma lei básica da sustentabilidade. É uma atitude de responsabilidade e respeito.

Hoje, de acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), autarquia que gerencia o abastecimento de água e a coleta de esgoto em Marechal Rondon, cerca de 30% da cidade conta com a rede coletora de esgoto – aquela que passa em frente à sua casa e deixa a calçada estranhamente diferente. É um índice consideravelmente bom para quem, há poucos anos, tinha praticamente nada desse sistema. Tudo ia para a fossa séptica.

E quase tudo continua indo. Isso porque a rede passa em frente de casa, mas na maioria dos casos os moradores, responsáveis por fazer a ligação da rede de casa com a rua, não estão executando essas obras. Assim, além de não contribuir para a melhoria da qualidade ambiental microrregional, a obra não cumpre o seu propósito. A relação entre custo e benefício até agora pende só para o primeiro. Em outras palavras, o dinheiro público foi empregado, a obra vai ao encontro dos interesses ambientais, mas o círculo ainda não começou a fechar. Onde a tubulação passa, o morador já está pagando pela coleta. Se ele não fazer a ligação, além de comprometer o propósito da instalação da rede coletora de esgoto, também está destinando dinheiro para um serviço que não usufrui.

Não é de uma hora para outra que é possível o morador encontrar tempo e dinheiro para fazer tais obras. Para muitos isso não é tão complicado, mas para outros talvez esse investimento possa distorcer a renda familiar. Afinal, quem não gostaria de nunca mais precisar limpar a fossa, conviver por vezes com aquele cheiro ruim e ainda colaborar com o meio ambiente?

É preciso avançar, conscientizar a população que, agora, é ela que precisa fazer a sua parte para que tudo funcione como precisa funcionar.

 

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