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Arno Kunzler

O que dirão os eleitores?

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O Brasil vive um dos momentos mais críticos do seu processo democrático.

Uma avalanche de acusações contra políticos de todas as cores partidárias, envolvidos em escabrosos processos de corrupção, está vindo à tona.

Cada dia a imprensa apresenta novos capítulos de uma novela de corrupção que já é considerada a maior de todos os tempos, num regime democrático.

Os políticos foram longe demais e agora não conseguem retroceder.

Para segurar os aliados, são obrigados a pagar caro, o que tem prejudicado muito a gestão das empresas públicas e encarecido as obras públicas, principalmente.

Perderam a noção do razoável, não que pouca corrupção seja razoável, mas assim parece que estão zombando do povo brasileiro.

Pela primeira vez teremos um protesto de mobilização nacional, sem a presença do PT. Ou pelo menos, o PT não estará liderando o pedido de impeachment.

Como o povo se comportará nos protestos do dia 15, quando claramente haverá manifestações que desejam o fim do governo Dilma e do PT no governo?

Teremos no Brasil um ambiente parecido com a Venezuela, onde petistas e anti-petistas se enfrentarão nas ruas?

Ou teremos caras pintadas, como foi no movimento “Fora Collor”, esse liderado por PSDB e PT, principalmente?

Como será uma manifestação de jovens e idosos sem bandeiras políticas partidárias, pedindo apenas o fim da corrupção e alguns – talvez muitos, o fim do governo do PT?

Lideranças do PSDB, talvez com medo de sobrar para eles também, estão se manifestando contra o impeachment.

No Congresso, hoje, não tem ambiente para tramitar um processo de cassação da presidenta.

Mas tudo vai depender de quantos brasileiros irão para as ruas e como irão se manifestar.

Os políticos estão acuados pela opinião pública, sejam eles ligados ao PT, os que defendem a permanência da presidenta Dilma, sejam eles ligados ao PSDB, que defendem o governo Beto Richa.

Todos estão acuados, todos têm medo das manifestações, todos temem a opinião pública, principalmente depois de terem mentido durante toda campanha eleitoral.

O impeachment só não ganha mais força, primeiro porque as pessoas não conseguem vislumbrar ainda um líder com cara limpa, capaz de mudar realmente a política brasileira. Segundo, porque nesse caso, cassar a presidenta Dilma e eventualmente seu vice Michel Temer obrigaria a posse do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e a convocação de novas eleições.

Portanto, os aliados do governo (partidos como PMDB, PP e vários outros) não garantem a posse de um sucessor que os abrigue num futuro governo.

Nessas circunstâncias, eles só assumiriam o impeachment se fossem motivados por gigantescas manifestações nas cidades do Brasil.

Essa é a questão, o Brasil vai pra rua ou o Brasil vai esperar sentado no sofá?

O movimento vai pedir o impeachment ou apenas protestar contra a corrupção?

 

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