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Arno Kunzler

O que falta, afinal?

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Para uma cidade e região pacata, de gente trabalhadora, não é comum e nem aceitável ler nas manchetes, quase que diárias, que a violência está fora do controle.

Por sermos uma região de fronteira, acabamos nos acostumando com a presença do crime organizado, que leva muitos moradores, alguns sem saber da gravidade, a ganhar seu próprio sustento de suas tarefas diárias.

Quando essas atividades são inibidas de alguma forma, os que atuavam para o crime organizado ficam vulneráveis a outro tipo de atividade ilícita.

Em outros momentos da história recente, já vivemos períodos de forte presença de bandidos, dispostos a assaltar propriedades rurais e levar quem fosse necessário como refém.

Depois de alguns anos de sucesso das instituições de segurança, agora nos deparamos com algo ainda mais delicado: a presença, praticamente semanal, de grupos armados assaltando casas na cidade e fazendo famílias reféns, com requinte de violência e ameaça constante de morte.

O que acontece em Marechal Cândido Rondon nas últimas semanas não pode ser pendurado na conta da nossa legislação, frouxa e incapaz de manter fora de circulação perigosos bandidos, especialmente se esses são menores de idade.

Não podemos aceitar que a polícia diz que prende e que assim cumpriu sua obrigação e que o Poder Judiciário diz que solta porque, afinal, também está cumprindo a sua obrigação.

Alguma coisa precisa ser mudada e quem está à frente disso tem que saber que se necessário for é preciso mudar as leis.

Se ficarmos nessa lenga lenga, um empurrando a responsabilidade para outro e ninguém se apoderar desses criminosos, muita gente ainda vai ser vítima desses bandidos que agem de dia, de noite, livre e soltos.

Mas algo pior pode acontecer: a população volta a procurar armas, mesmo que isso seja ilegal, para se defender dentro de suas casas.

As pessoas estão com medo e esperam uma atitude de quem é responsável pela segurança.

O governo investe milhões para construir um Batalhão aqui na fronteira, contrata centenas de policiais, compra viaturas e aí, pasmem… falta combustível para abastecer as viaturas…?

Ou será má vontade de quem gerencia esses recursos?

Ou será falta de capacidade de gestão que impede que as ações prioritárias sejam atendidas em detrimento das questões secundárias?

Alguém precisa explicar o que está acontecendo, afinal, nunca estivemos tão inseguros, nunca tivemos tantas ações armadas sem resposta das autoridades.

E pelos relatos das vítimas, não será surpresa se dentro de poucos dias houver mortes.

Estamos esperando o que para agir?

Alguém morrer?

 

 

Jornalista e diretor do Jornal O Presente

arno@opresente.com.br

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