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Dom João Carlos Seneme

O Ressuscitado está perto da comunidade

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Amanhã (04), através dos discípulos de Emaús, vamos descobrir que o Ressuscitado está perto da humanidade. Com sua Palavra quer animar os corações magoados e desolados. Ele se revela sempre na comunidade dos discípulos reunida para celebração eucarística e envia os discípulos como testemunhas da ressurreição.
A cena de Emaús è uma obra-prima de catequese litúrgica e missionária. Ela contém o itinerário de dois discípulos que partem de Jerusalém na direção de Emaús desiludidos e tristes. O caminho real de Jerusalém a Emaús simboliza o caminho através das Escrituras que possibilita o reconhecimento do Senhor no partir do pão.
No início eles querem “fugir” para Emaús porque a sombra do crucificado ainda os assusta. É difícil lidar com a frustração, por isso a necessidade de se fechar, “lamber” as feridas. A crise da cruz parece ter sepultado toda a esperança. Aquele Mestre que acendeu o sonho de um mundo melhor levou consigo a esperança e deixou o vazio. Na comunidade ouviram algumas mulheres contando que o Mestre ressuscitou, mas isto não é suficiente para trazer de volta o sonho. Neste momento um desconhecido os alcança e começam a conversar sobre tudo o que aconteceu: “Jesus se pôs a caminhar com eles. Mas seus olhos não eram capazes de reconhecê-lo”.
O primeiro passo é reavivar a memória: falar de Jesus, como ele era, relembrar suas atitudes e suas ações. Os olhos não se abrem imediatamente, mas o coração começa a arder. Quem sabe não podemos também utilizar este método em nossas comunidades: falar mais de Jesus, retomar os evangelhos que narram suas ações, inclusive reviver sua morte como extremo ato de amor. Este é um sinal importante: se conseguimos nos comover com Jesus, se suas palavras atingem o nosso coração, é sinal de que nossa fé está despertando.
Isto é só o começo, precisamos ir além. Os discípulos começam a ficar contentes e convidam o desconhecido a entrar em sua casa, convidam para o jantar e, neste momento, os olhos se abrem e eles reconhecem o Senhor. É o acontece conosco na ceia eucarística, precisamos deste alimento para reavivar nossa fé, animar nossa esperança e retomar a missão com mais ardor. Não podemos experimentar tudo isto fechados na segurança de nossas casas, precisamos da comunidade como mediadora. “E levantando-se no mesmo instante, voltaram a Jerusalém, onde encontraram reunidos os 11 e contaram o que lhes havia acontecido pelo caminho”.
A lição que nos fica é a perseverança. Precisamos insistir. Muitas vezes a minha comunidade não é aquela que sonhei, mas é nela que habita o Ressuscitado. “Onde um ou dois estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio de deles”. A celebração da eucaristia é um momento abençoado e privilegiado de encontro com o Senhor. É ali que muitos corações começam a arder e recuperam o verdadeiro sentido de discípulo missionário do Senhor.
Neste domingo temos a Festa do Seminário Maria, Mãe da Igreja, 35 anos de vida e de serviço à igreja de Toledo e região. A comunidade toledana sempre foi muito generosa na ajuda material e espiritual para a manutenção desta casa de formação dos nossos futuros sacerdotes. Por isso fica aqui o convite para que venham participar conosco desta festa de ação de graças a Deus pelo Seminário Maria, Mãe da Igreja.

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